Os índices de poluição nas águas do rio Tejo têm vindo a baixar. A garantia foi deixada por João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, aquando da visita às obras da Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Vale da Pedra, no sábado, 25 de novembro, quando se assinalavam dois anos de governo socialista.
“Nós estamos a fazer um acompanhamento muito, muito fino daquilo que é a qualidade da água do Tejo a montante da barragem do Fratel e que agora estamos a estender até à barragem de Belver. Começámos com ele há 15 dias, e esse acompanhamento tem-nos trazido uma ligeira melhoria dos dados”, assegurou o governante. Esta melhoria comprova, nas palavras do ministro, “a heterogeneidade dos caudais que vêm de Espanha, que é mesmo importante que sejam mais ‘lisos’”.
Ainda recentemente, a Inspeção-Geral do Ambiente mandou a Centroliva, uma das poluidoras do Tejo na zona de Vila Velha de Ródão, cessar parcialmente a atividade e tomar medidas para poder retomar a laboração. Uma decisão “administrativa da Inspeção-Geral do Ambiente. Naturalmente, tivemos conhecimento dessa decisão, mas não interferimos nela. A nossa interferência é no reforço da capacidade de fiscalização da IGAMAOT (Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território)”. Este reforço de fiscalização tem permitido “multiplicar por três o número de inspeções e multiplicar por muito mais do que isso o número de mandados, isto é, o número de intervenções coercivas que foram feitas”.
Lembrando que “a Centroliva já foi encerrada duas vezes, por duas entidades diferentes”, Matos Fernandes diz que “o problema da falta de qualidade da água do Tejo é uma preocupação que resulta, certamente, da presença de agentes poluidores, mas também muito dos baixos caudais que temos. O oxigénio dissolvido, que nas análises de ontem (24 de novembro) já estava no limite mínimo, tem estado abaixo dele”.
Os ambientalistas continuam a apontar o dedo à Celtejo como a maior responsável pela poluição no Tejo a partir de Vila Velha de Ródão. O ministro limita-se a lembrar que “a Celtejo tinha uma grande ETAR para construir, que já está construída e em funcionamento. As últimas análises que fizemos, concretamente, na saída de esgoto da Celtejo, deram que os parâmetros estavam de acordo com a licença que tem”.
Estas declarações foram feitas à margem da visita do governante às obras da ETA de Vale da Pedra.
Um investimento de cerca de 13 milhões de euros que a EPAL – Águas de Portugal está a fazer no concelho, e cuja obra foi lançada em 2016, precisamente pela mão do ministro do Ambiente. Esta obra tem por objetivo reabilitar e modernizar o equipamento, com a introdução de novas etapas de tratamento, com vista à melhoria quer da qualidade da água, quer da otimização energética.
Ainda que as obras continuem, esta ETA está a funcionar, e deverá estar operacional a 100 por cento em março de 2018.