Manuela Carvalho, munícipe do Cartaxo, foi à Assembleia Municipal descentralizada, realizada no passado dia 4 de dezembro, na Escola Secundária do Cartaxo, questionar os partidos políticos na oposição sobre o conhecimento, ou a falta dele, no que respeita a potenciais nomes para ocuparem o cargo de Provedor do Munícipe do Concelho do Cartaxo.
As questões colocadas pela munícipe surgiram na sequência da renúncia do anterior Provedor e da proposta de nomeação de Hélia Baptista, apresentada pelo presidente do Município aos eleitos na Câmara Municipal. Aquando da apresentação da proposta, Pedro Ribeiro esclareceu que, apesar de ter convocado todos os partidos para auscultar de possíveis nomes para ocuparem o cargo, nenhum nome tinha sido avançado pela oposição.
Manuela Carvalho começou por referir que o principal objetivo das forças políticas deveria ser “defender os interesses das comunidades onde estão inseridas”, questionando se “entre tantos, ninguém foi capaz de indicar ninguém? Os vossos conhecimentos são só entre vós? Não conhecem as pessoas da vossa/nossa comunidade que, em princípio, deviam defender? Ou ignoram as vossas funções, uma vez que estão eleitos e só se lembrarão dessa mesma comunidade daqui a dois anos, quando forem as novas eleições?”.
A munícipe disse, ainda, que “lamento que todas as outras forças políticas se tenham demitido do seu principal papel, a defesa dos seus munícipes ao não terem indicado qualquer nome. Apesar de os órgão da Câmara Municipal serem constituídos por um partido com maioria, isso não quer nem pode significar que as vozes de outras forças políticas não se ouçam, não proponham, não se juntem todos os políticos para reerguer o Cartaxo, pelo menos, como já foi”.
Também o munícipe Victor Pinto criticou a atuação da oposição no Cartaxo. Segundo disse, “esta oposição é um bocado modesta, porque não vejo aqui intervenções de peso, que façam com que a vereação tenha mais atenção, talvez”, acrescentando que “a oposição poderia, também, coadjuvar um pouco e ser uma força que desse algum poder a quem se predispõe a aqui vir fazer cidadania”.
Em resposta às duas intervenções, José Augusto Jesus (PSD/NC) disse que “espero que o trabalho da oposição, com a transmissão destas Assembleias para todo o mundo, seja mais divulgado e mais percebido”. As transmissões em direto, no canal de Youtube da Câmara Municipal do Cartaxo, das reuniões de Câmara e de Assembleia Municipal, foram uma proposta da Coligação Juntos pela Mudança (PSD/NC). “E deixo só este exemplo: se, hoje em dia, os senhores se permitiram vir aqui, falar sobre o Provedor do Munícipe, foi porque no mandato passado, por insistência do PSD, esta figura foi aprovada. Se mais nada houver que apontar de positivo à oposição, pelo menos, reconheçam que foi o PSD do Cartaxo, e não o PS, que apresentou a proposta”, finalizou o deputado.
Francisco Colaço, do BE, dirigindo-se, sobretudo, a Manuela Carvalho, fez notar que “se está há 40 anos no Município, não tem acompanhado a vida municipal dos últimos anos, certamente. senão, ficava a saber que à oposição se deveu, sobretudo, ao BE, o confrontarmo-nos com a ‘cavalada’ que a privatização da distribuição da água em baixa”. Francisco Colaço acrescentou que “não gosto muito de ver aqui pessoas que se sentem um pouco acima da democracia. Os partidos são a democracia e não há democracia sem partidos”.