O Centro Cultural do Cartaxo foi palco, nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro, do musical ‘Elisabeth’, que conta a conhecida história de Sissi, imperatriz da Áustria e rainha consorte da Hungria.
O espetáculo foi levado à cena pela Filarmónica Recreativa de Aveiras de Cima, com a sua banda e a tuna, que teve como parceiros neste projeto a tuna da Universidade Sénior do Cartaxo, o Coro da Associação Cultural e Recreativa de Vale da Pinta, algumas pessoas do grupo de teatro do Rancho Folclórico do Cartaxo, e músicos da Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense, da Associação Filarmónica União Lapense, do Centro Cultural Azambujense, e da Sociedade Filarmonica Ereirense. No total, este espetáculo contou com a participação de mais de 140 pessoas, entre atores, dançarinos, músicos, coralistas e equipa técnica.
‘Elisabeth’ combina um conjunto de artes – teatro, dança, música instrumental e música coral.
É um espetáculo adaptado e encenado por João Ramos, maestro da banda de Aveiras de Cima, inspirado não só no musical original ‘Elisabeth’, de Michael Kunze e Sylvester Levay, mas também no filme “Sissi”, de Ernst Marischka, protagonizado por Romy Schneider.
É uma história romântica-dramática que gira em torno da princesa Elisabeth, desde os seus 15 anos até à sua morte, assassinada, passando por todos os momentos cruciais da sua vida.
O narrador desta história é o anarquista Italiano Luigi Lucheni, que tem um papel decisivo na tragédia que atinge Elisabeth.
Uma aventura que “surgiu há três anos, quando me propus fazer algo épico, algo megalómano, algo que fosse recordado por todos e algo que me fizesse crescer, ganhando experiência para a minha vida futura, pois cada vez mais tenho a certeza daquilo que quero fazer na minha vida”, conta o jovem João Ramos.
A ideia surgiu através de uma partitura para a banda que dirige e, “através desta, tomei conhecimento do musical original”. Daí até surgir a vontade de o colocar em cena foi um pequeno passo. Tomado o compromisso de o adaptar para português, João Ramos lançou ‘mãos à obra’, começou a escrever “o guião, adaptar a parte musical para banda e coro, pensar em tudo de modo a que ficasse tudo bem estruturado e perceptível para a audiência”.
Mas esta não foi a primeira vez que o ‘Elisabeth’ viu a luz do dia. Há três anos, lembra João Ramos, “este projeto, devido a faltas de apoio, ‘morreu na praia’, e tive de arranjar um conjunto de pessoas que me apoiassem para que, três anos depois, voltássemos a pegar nisto, agora de uma maneira mais séria e profissional”. E o apoio veio mesmo do Cartaxo, através de Helena Blanco, da secção de teatro do Rancho, e a grande impulsionadora deste ‘Elisabeth’ grandioso, e do presidente da União de Freguesias Cartaxo e Vale da Pinta, Délio Pereira. Com estes apoios, João Ramos abalançou-se para este espetáculo, “prometendo a mim mesmo que, desta vez, iríamos fazer algo memorável no sítio com capacidade para isso, Centro Cultural do Cartaxo”.
E estes três espetáculos, todos com sala esgotada, foram o culminar de sete meses de trabalho, em que “trabalhámos como uma grande família” para apresentar um espetáculo “que irá ficar para a história de todos nós”, realça o maestro.
João Ramos dirige a banda de Aveiras de Cima desde os 19 anos. Agora, com apenas 26, considera que o trabalho que vem desenvolvendo lhe deu as ferramentas necessárias para que tudo corresse bem. “Não foi tarefa, fácil mas através da credibilidade e confiança no meu trabalho e do profissionalismo de cada uma destas 140 pessoas, a tarefa tornou-se mais simples porque, afinal, ‘Elisabeth’ é uma família onde todos têm a sua grande importância e são precisos todos para que culmine num grande sucesso”.
Neste caso, considera João Ramos, ‘a união fez a força’. “Acho que cada vez mais as direções das associações têm de ter uma mente mais aberta e abrirem portas umas às outras para que estas não morram, pois são muito importantes para a nossa cultura e para crescermos como seres humanos”. Por isso, “estas parcerias são para continuar”.
Até porque “cada vez mais acho que é isto que quero fazer da minha vida profissional… fazer espetáculos épicos, grandiosos, pois é algo que me completa a 100 por cento”, assegura João Ramos, que acrescenta mesmo que “nunca me senti tão completo como me sinto neste momento e, por isso, irei lutar/trabalhar para que faça isto todos os dias profissionalmente”.
Para já, a promessa é de que não irá parar, porque “a minha cabeça e imaginação não me deixam ficar muito tempo parado”. Quem sabe não estará aqui o próximo La Féria?