Quem é o homem que se candidata a presidente de Junta?
Nasci em Pontével, mais propriamente no Rio da Fonte, há 54 anos. Moro há 14 anos nos Casais da Amendoeira. Sou uma pessoa trabalhadora, aberta, simpática, sempre me dei bem com toda a gente. Não faço política da direita e da esquerda, para mim o que interessa são as pessoas e tenho um lema que é: a política, o futebol e a religião não devem ser discutíveis com polos muito opostos, devem ser discutíveis com base na amizade, na realidade e na honestidade. Eu aí sou muito direto, sou uma pessoa sempre muito direta, às vezes devia medir um pouco as palavras. Sou mais com o coração do que com a cabeça. Gosto muito de falar, de conversar com as pessoas mais velhas e com as pessoas mais novas, assim como com as pessoas da minha idade. Facilmente faço amigos e isso é importante.
Estou ligado à medalhística, produzo medalhas, um área que está um pouco em baixo. Deleguei esse estatuto à minha mulher e ela está responsável pela empresa e acaba por suportar porque sabe que eu gosto muito dessa área, mas nem temos tido férias. Tenho três filhos e não tenho tido férias com eles. Acabamos por conviver todos em casa, eles convidam uns amigos – ainda são como o pai – nas festas de aniversário, por exemplo, não vão para restaurantes com os amigos, juntam-se lá em casa.
O que o motivou a ser candidato?
Gosto de ser presidente de junta. Eu não iria por uma candidatura por um partido político e também não iria recandidatar-me se não tivesse o apoio da população. Senti esse apoio por parte da população. O que interessa é a nossa proximidade com as pessoas e estamos lá para trabalhar em prol da população, que nos vê como pessoas que estamos lá para trabalhar.
Que presidente de Junta quer ser?
Um presidente de junta tem de ser – e é isso que eu tenho tentado transmitir e fazer – trabalhador e tem de trabalhar com muita honestidade, tem de dar o seu exemplo aos funcionários, tem de andar na rua, não podemos ser presidentes de gabinete – isso faz-se de noite –, creio que é necessário termos um dia para receber as pessoas que queiram lá ir e apresentar os seus problemas, o que não impossibilita que quando eu lá estou as atenda fora desse dia. Agora, a maior parte do tempo temos de estar na rua, a ter conhecimento de como as coisas estão. Temos que dar a cara e de estar cá para todos.
Na minha equipa somos nove efetivos e nove suplentes, 18 no total. Tirando duas ou três pessoas que não fazem parte, a equipa é a mesma. As pessoas estão muito saturadas dos partidos e das guerras internas que existem. Os independentes estão lá não por imposição de alguém, nem sobre as ordens de alguém de fora da nossa freguesia. As coisas são muito mais simples e honestas, com pessoas que estão lá para trabalhar.
Eu acho que tem que haver uma maior ligação entre os presidentes de Junta, uma maior interajuda. Por exemplo, o parque das máquinas estaria muito mais bem entregue, se estivesse entregue às freguesias. A Câmara não tem de ter medo se as freguesias fazem um trabalho diferente ou não, tendo o parque das máquinas ou não.
Que ideia tem da sua freguesia?
Sempre gostei muito da minha freguesia. Sempre gostei muito quando a minha freguesia tinha mais vida, do que tem presentemente, porque a nossa freguesia depende sempre das freguesias vizinhas do nosso concelho e dos concelhos vizinhos. O nosso concelho a nível de produtividade e de fábricas tem fechado muita coisa, não temos trazido nada de novo para cá.
Com a variante também é verdade que Pontével ganhou outra qualidade de vida, mas perdeu na questão do comércio. E temos muitos camiões a passar por lá o que nos causa muito transtorno e danifica as nossas estradas e as do município. E são de empresas do município vizinho (Azambuja), que bloqueou a passagem dos veículos pesados de combustível e eles, pura e simplesmente, dão a volta e passam por ali. A comissão de trânsito é uma competência da Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Pontével já levou esta questão à Câmara por mais do que uma vez. Apresentámos as soluções, apresentámos a forma mais simples e económica de o fazer, mas não passa de reuniões. É de lamentar.
Temos o Rio da Fonte. Foi promessa da nossa campanha que iríamos fazer a melhor praia fluvial do País. Se nós temos a virtude de ter lá água e aquele belíssimo espaço… Temos ajudado as coletividades a angariar algum dinheiro, criando eventos, música ao vivo, petiscos e bebidas refrescantes.
Temos o centro da vila de Pontével com o asfalto todo danificado. É a pior freguesia do concelho do Cartaxo a nível das estradas e dos caminhos. As várzeas têm muitas casas, muita habitação, muito IMI que vem dali e não temos um metro quadrado de alcatrão. Temos os Casais Lagartos sem saneamento básico com os canos postos há 14 anos.
Qual a primeira medida a tomar assim que for eleito?
É fazer o trabalho que temos feito até agora em prol da nossa freguesia. Crescemos, toda a nossa equipa cresceu ao longo destes quatro anos. Está melhor. A partir do dia 2, é um dos nossos objetivos pormos o site a funcionar a cem por cento. É trabalharmos mais na questão dos caminhos vicinais e começar a fazer mais exigências ao nosso município, independentemente de quem vá para lá. Vamos exigir mais rigor ao nosso município na questão das reuniões do trabalho que há a fazer. Vamos pressionar o presidente da Câmara e todo o executivo a visitar mais a freguesia, que visite a Junta, que visite o presidente da Junta.
Uma grande ambição nossa será lutar pelo saneamento básico, porque é inadmissível… Se a ETAR de Pontével for inaugurada e se não estiver todo o saneamento básico, que está ligado ao rio, ligado à ETAR, eu não irei estar presente e irei para os jornais denunciar a inauguração da ETAR quando o saneamento básico está a seis metros das casas a deitar diretamente para o rio.
Em termos de futuro, queremos criar no Rio da Fonte umas pérgulas e criar uma estrutura física, de maneira a também não prejudicar a festa anual dos quarentões. Queremos trazer o parque infantil mais para cima para poder usufruir daquele espaço ali e assim que pudermos por lá uns aparelhos para as pessoas fazerem a sua preparação física.
Equipa do MIP à Assembleia de Freguesia de Pontével
Candidatos efetivos
Jorge Manuel Pisca de Amorim Lúcio, 54 anos, empresário; José Marques Calisto, 69 anos, reformado; Sílvia Filomena da Cunha Amendoeira, 39 anos, responsável de tráfego; Luís Manuel Narciso Silvestre Vieira, 55 anos, agricultor; José Daniel Mendão Calixto, 38 anos, operador de assistência em escala; Luísa Maria de Oliveira Vitorino, 52 anos, professora; Maria do Rosário Moleiro da Silva Oliveira, 47 anos, cabeleireira; Manuel José Serrão Colaço, 68 anos, reformado; Cláudia Margarida Ferreira da Silva Nisa, 41 anos, carteira.
Candidatos suplentes
Joana Graça Nogueira, 36 anos, desempregada; Gonçalo Nuno de Araújo Centeno Lourenço Barata, 31 anos, agricultor; Helena Margarida Cabral Almeida Cláudio, 33 anos, esteticista; Eugénio da Costa Vital, 66 anos, reformado; Joana Filipa Nazaré Azenheira, 23 anos, estudante; Mariana Inês da Cunha Carvalho, 21 anos, administrativa; Marta Sofia Fernandes Dias, 20 anos, estudante; David Gaspar Gonçalves, 53 anos, impressor offset; Paula Alexandra Ferreira da Costa, 21 anos, operadora de armazém.