Concluído já mais de um ano de mandato de um novo executivo PSD na Câmara Municipal, seria de esperar ver no Orçamento para 2023 um plano bem delineado das intenções deste executivo para o seu mandato. No fundo, a concretização das suas promessas eleitorais, aquelas por que foi eleito.
Surpreende que um PSD que tanto criticou o executivo anterior esteja afinal a exercer um mandato de continuação (nalguns casos mal feita). Quase todos os projetos e medidas tomados até ao momento são a continuação de projetos que estavam em desenvolvimento no mandato anterior, estejamos nós a falar do novo Centro de Saúde (em fase de projeto), nas obras da Escola Secundária, da rua Serpa Pinto, da digitalização de processos no urbanismo, na recuperação de estradas (um daqueles casos mal feitos que referia, porque ainda nem foi iniciada apesar de extremamente urgente).
A quase única exceção foi o projeto da Loja do Cidadão. Acontece que todos nós cartaxeiros somos agora surpreendidos com o presidente a dizer que a obra pode afinal não andar para a frente por ter sido suborçamentada. Um erro gritante de um PSD que tanto julgou o anterior executivo por uma situação semelhante durante a pandemia e que perde assim a sua única obra verdadeiramente “sua”.
Estamos, portanto, a ser alvo de uma navegação sem rumo, com ficou comprovado na apresentação do Orçamento para este ano. Um orçamento inflacionado e desequilibrado. Sem um plano definido para a recuperação de estradas (só há verbas previstas para 2023). Esquecendo-se completamente das obras a realizar nas piscinas municipais. O presidente falou que queria reabrir as piscinas este ano e que são necessários 500 000€, mas em orçamento estão apenas previstos 212 000€ e só em 2024. Um orçamento pode ser um exercício previsional, mas exige-se maior rigor.
Um Cartaxo com um futuro pujante não se faz de governações de subsistência.