O Rancho Folclórico “Os Campinos” de Vila Chã de Ourique encontra-se desalojado. A situação foi levada à reunião de Câmara de segunda-feira, 15 de janeiro, realizada no salão da Junta de Freguesia de Vila Chã de Ourique, por Paula Abade, um dos elementos do Rancho.
Segundo disse, é elemento do Rancho há quase 31 anos, e “é com muita indignação e tristeza, principalmente, que digo que o nosso Rancho é um sem-abrigo. Ao longo dos anos, andamos com a casa ‘às costas’ constantemente, e agora, ao fim de tantos anos de andarmos a pagar uma renda mensal no Centro Social Ouriquense, voltamos a não ter alojamento. O Centro Social alega que estragamos o palco e que temos de arranjar uma proteção para o palco”.
Salientando que este é “o Rancho mais antigo do nosso concelho e de todo o distrito de Santarém”, com 81 anos, Paula Abade lamenta que continue nesta situação, que já é do conhecimento do presidente da Junta de Freguesia. Paula Abade lembrou que este Rancho já teve uma centena de elementos, “agora estamos a formar novos elementos, jovens, e é uma pena querermos fazer um ensaio e não termos onde”. Por isso, “estamos a ver que temos de parar a nossa atividade por não termos sítio para ensaiar, quando, cá em Vila Chã de Ourique, temos infraestruturas para isso”, lamenta.
Paula Abade apelou a que se arranje uma solução para este problema, até porque “o Rancho, quando vai para cima do palco, não vai representar a Paula, o João ou o António, vai sempre representar Vila Chã de Ourique e o concelho do Cartaxo”.
A terminar, Paula Abade desafiou todos a que refletissem sobre “o que é que faz um grupo de pessoas, dos quatro aos 80 anos, saírem das suas casas, a meio da semana, em noites de chuva e frio, para se juntarem sem ganharem absolutamente nada e de onde não vão levar nada para a sua vida pessoal para além da satisfação de levarem o nome da terra de boa memória e do concelho do Cartaxo por todo o País e além-fronteiras?”.
“É uma situação lamentável, obviamente”, começou por referir o presidente da Câmara Municipal, Pedro Ribeiro, acrescentando que esta “é uma situação que diz muito respeito aos associados e aos dirigentes do Centro Social Ouriquense mas, da nossa parte, como sempre, existe toda a disponibilidade para sentarmos as pessoas à mesa e procurar encontrar soluções”.