Ao contrário da fala que é aprendida de forma natural, a leitura e escrita, requerem a passagem por um sistema de ensino formal.
Embora o português seja uma língua alfabética que pretende representar os sons, muitas vezes fá-lo de forma ambígua. Vejamos um pequeno exemplo: se a criança não dominar o som /s/, irá ter dificuldade em escrever corretamente as palavras; sesta, cintura, poça, passeio e máximo, pois pode ser representado de várias formas. Mas se ao contrário pensarmos na letra ‘s’ (letra e som são diferentes), podemos ter dois sons o som /s/ de sapo, e o som /z/ como em casa, quando esta mesma letra aparece entre vogais. Já ficou confuso?
O porquê dos erros reside exatamente no facto de muitas crianças não conseguirem fazer o exercício de corresponder sons e letras. Como nem sempre há uma correspondência linear é essencial o desenvolvimento da Consciência Fonológica. Esta é a competência que permite perceber que uma palavra é um conjunto de letras, que se divide em (sílabas) e dentro destas existem os sons (fonemas) que depois vão corresponder às letras (grafemas), fazendo-se a correspondência grafo – fonémica (relação letra – som).
Estas capacidades permitem-nos não só aprender a leitura e escrita com sucesso, como também corrigir os erros.
A criança pode confundir vários sons, sem que isto signifique que tem problemas de audição, muitas vezes necessita de desenvolver competências para melhor dominar o funcionamento da língua. Conta também a memória (auditiva, visual etc.) por isso, para ajudar o seu filho, não há nada melhor que o treino e o contacto com os sons da língua. Promova a leitura diária e a escrita espontânea (recados, lista de compras, convites). E quando detetar erros pergunte-lhe que outra letra poria naquele lugar, levando-o a refletir sobre o erro.
A aprendizagem requer diversão, por isso músicas infantis, rimas e lenga-lengas são recomendáveis.