Por Carolina Graça, aluna do 11ºE, na Escola Secundária do Cartaxo
Estudar é visto como aprender, frequentar aulas, decorar por vezes, ou até mesmo ensaiar algo, como uma peça. Ao procuramos esta pequena e insignificante palavra num dicionário encontramos estes e muitos outros significados. No entanto, esta palavra não é o que aparenta ser, não é insignificante. Estudar é adquirir o poder gigante que é o conhecimento; é o enriquecer do nosso pensamento com novas ideias; é ter uma perspetiva crítica e diferente daquilo que nos rodeia. Nos dias de hoje é impossível viver sem conhecimento, assim que sabemos algo, queremos sempre saber mais e somos levados pela curiosidade, entrando no ciclo vicioso a que chamam estudar.
O conhecimento é ter independência. Felizmente, hoje em dia, a grande maioria da população tem o direito humano de ir à escola e de estudar. Por outro lado, ainda é visível, em pleno século XXI, o muito que ainda temos de percorrer para estabelecer esse direito mundial; um desses exemplos é o das raparigas afegãs que, devido à religião e aos homens cegos por esta, veem negado esse direito. Ou no simples facto de ser negado o direito de estudar certos temas em países ditatoriais por medo que os cidadãos obtenham informação suficiente para que se revoltem contra o regime imposto.
Contrariamente ao que deveria ser, estudar tornou-se cansativo para os alunos. Ao possuirmos o direito que muitos ainda procuram, deveríamos saber apreciá-lo! No entanto, é mais fácil encontrar um aluno que não goste de estudar do que um que goste, pois, estudar é visto como decorar em vez de aprender. É adquirir informação fazendo «copy and paste» na nossa mente para de seguida sermos colocados em competição onde vemos quem tem o melhor sistema operativo. Somos colocados sob uma grande pressão ao termos de acertar meia dúzia de perguntas para obtermos um número que irá definir a carreira ou até mesmo a vida. De tal modo que nos esquecemos o que realmente estudar significa e a diversão que é. Vivemos tão agarrados ao medo de falhar que nos esquecemos que errar e ter dúvidas também faz parte da aprendizagem. Muitas vezes pensamos que não somos inteligentes devido a notas de testes que temos. Aprender não deveria ser feito apenas com testes e números, mas sim com a prática, até porque com os testes não medimos os nossos conhecimentos, o que é avaliado é o controle que temos sobre nós próprios.
Tal como Malala disse uma vez: «Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo.» e não podermos desperdiçar essa chance de mudar o mundo. Por essa razão temos a obrigação de continuar a lutar para que todos possamos ter o direito de estudar. Porém deveremos arranjar um melhor método para o fazer, uma vez que estudar não é rotular pessoas através de números e comparações.
Depois de tantas definições chegamos à conclusão que estudar é uma necessidade que o ser humano tem para se enriquecer mentalmente e acima de tudo é olhar para a vida de uma outra maneira.