Oportunidades perdidas!

Opinião de Vasco Cunha

1. Estamos a poucos meses de iniciar a comemoração dos 200 anos do concelho do Cartaxo. E 2015 deve corresponder ao nosso pior ano de sempre neste duplo centenário. Temos uma autarquia que praticamente não tem condições para ajudar ninguém. Neste aniversário, somos uma das cinco piores e mais mal governadas câmaras municipais do país. E em 200 anos fomos governados localmente – 40 anos – sempre pelo mesmo partido político – o PS. Vamos ter de pagar uma dívida municipal superior a 50 milhões de euros, ao longo dos próximos 25 anos, o que praticamente nos impede de beneficiar dos apoios financeiros da União Europeia até 2020. O comércio e a economia local definham e estamos quase transformados num dormitório às portas de Lisboa e Santarém. À nossa volta, Azambuja, Rio Maior e Almeirim, por exemplo, já nos superam em vários níveis de qualidade de vida! Em suma, destes últimos anos, a quem vamos agradecer ou homenagear?

2. Em Vila Chã de Ourique mantém-se o impasse criado pela presidente da junta de freguesia. A dona Conceição que ganhou com legitimidade as últimas eleições locais, não consegue perceber que a democracia também obriga a partilhar responsabilidades e a aceitar consensos. Falo por experiência própria. Na Câmara Municipal, enquanto vereador, juntamente com Paulo Neves, não fazemos outra coisa que não seja pensar primeiro no concelho do Cartaxo. Fazendo propostas, partilhando opções e assumindo a responsabilidade política com quem ganhou as eleições. À senhora Conceição não lhe basta governar a junta de freguesia, com o marido, sem prestar contas a ninguém. Não lhe chega que o tribunal diga que não pode agir como tem feito. Será que ninguém a aconselha? Por aqui, parece que só alguns autarcas têm de pensar acima dos interesses partidários…

3. Em Pontével há uma crise financeira que o presidente da junta de freguesia, Jorge Pisca, já denunciou várias vezes. O dinheiro que lhe deixaram não chega para pagar todos os compromissos que também lhe entregaram. E as dívidas aos fornecedores são enormes. Talvez um dia, ainda neste mandato, alguém se lembre de pedir uma auditoria financeira às razões que levaram a esta situação. Até lá, parece que vários dos seus eleitos vão assobiando à espera que não surjam responsáveis.

4. A caminho dos 200 anos, os nossos descendentes mereciam mais! Um município com outra herança. Para fazer um balanço diferente e mais positivo, daqui a uns anos… Oxalá eles sejam mais exigentes do que foram as nossas últimas gerações!

*O autor não adopta o acordo ortográfico vigente.

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