Os vereadores do PSD e a vereadora Élia Figueiredo, eleita pelo Movimento Paulo Varanda, chumbaram a internalização dos funcionários da Rumo 2020 na Câmara Municipal na reunião de segunda-feira, 6 de janeiro.
27 de abril de 2017 é a data fixada para a extinção da Rumo 2020. Para que o processo fique concluído, há que decidir o que fazer com os funcionários ainda com a empresa em funcionamento.
Assim, a Câmara Municipal propôs a internalização de oito dos dez funcionários da empresa, sendo que os outros dois verão o seu vínculo extinto, segundo explicou o vice-presidente da autarquia, Fernando Amorim.
“Da nossa parte, tem todo o apoio para a respetiva internalização dos funcionários, mas queria deixar aqui a minha posição relativamente a este assunto. Verifiquei que existem dois funcionários que não vão ser internalizados. Um dos funcionários pertenceu à lista que concorreu às últimas eleições autárquicas. E queria deixar aqui o meu profundo desagrado pelo facto de eu entender que é de uma tremenda injustiça para alguém que prestou, também, serviço público ao concelho do Cartaxo”, disse o vereador Nuno Nogueira, eleito pelo Movimento Paulo Varanda, questionando se existe algum documento que fundamente a não-internalização deste funcionário.
Fernando Amorim vincou que “isto não se trata de questões políticas. Não é pelo facto de pertencer ao partido A ou ao partido B que as pessoas são mais ou menos válidas. Se vir o conteúdo funcional desse trabalhador vê que o Município pode facilmente colmatar essa necessidade”.
O vereador Vasco Cunha, do PSD, lembrou que “nós nunca admitimos outra solução que não fosse a internalização de todos os trabalhadores da Rumo. Isto, para nós, é questão de honra desde o primeiro minuto”, acrescentando que “o facto de a Rumo ter de ser encerrada obrigatoriamente, porque não tem resultados que justifiquem a sua atividade, deve-se, simplesmente, à devassa política de quem geriu esta Câmara”. Assim, “como não consideramos que haja responsabilidade da parte dos trabalhadores relativamente a esta situação, o nosso sentido de voto será não, votaremos contra”.
A vereadora Élia Figueiredo realçou que “estamos a decidir a vida destas pessoas. Vamos internalizar oito pessoas e não vamos internalizar as outras duas. Há factos para um elemento, um processo disciplinar que pode dar aso a um despedimento. No entanto, eu entendo que temos escassez de informação para não internalizarmos estas pessoas, as dez”.
O processo foi chumbado com os votos contra do PSD e da vereadora Élia Figueiredo, do Movimento Paulo Varanda, a abstenção do vereador Nuno Nogueira, também do Movimento, e dois votos a favor, do PS.