Os protagonistas do poder local em democracia

Corria o ano de 1976, mais propriamente, o dia 12 de dezembro, quando se realizaram as primeiras eleições autárquicas em Portugal. O País, ainda na ressaca da revolução recente de 1974, queria dar a voz ao povo e eleger democraticamente os seus representantes nas autarquias.

O Presidente da República – Ramalho Eanes – tinha sido eleito a 27 de junho e o PS de Mário Soares tinha saído vitorioso das primeiras legislativas no pós-25 de Abril, realizadas a 25 de abril. Além disso, 1976 fica, ainda, marcado por ter sido neste ano, a 26 de fevereiro, que foi assinado o II Pacto MFA/Partidos, que estabeleceu que o Presidente da República deixava de ser indicado pelos militares, passando a ser eleito por sufrágio universal.
Foi, também, em 1976, no dia 2 de abril, que os deputados da Assembleia Constituinte aprovaram a Constituição da República Portuguesa, que diz, no seu preâmbulo, “a Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um País mais livre, mais justo e mais fraterno”.

Renato Campos, primeiro presidente da Câmara Municipal do Cartaxo eleito democraticamente, liderou a autarquia ao longo de 17 anos. Durante este período, o País foi resgatado por duas vezes pelo Fundo Monetário Internacional (FMI): em 1977, numa altura em que o Portugal registava uma taxa de desemprego superior a sete por cento, os bens estavam racionados, a inflação era crescente chegando a alcançar os 20 por cento, havia forte conflitualidade política e o escudo estava desvalorizado; e em 1983, durante o período do chamado bloco central, um Governo de aliança entre PS e PSD, liderado por Mário Soares. Foi quase um Governo de emergência nacional, criado por se considerar que seria a melhor forma de combater a grave situação económica do País.

Os responsáveis, a obra feita e a que ficou por fazer, num retrato dos 42 anos de Poder Local no Cartaxo. A evolução do nosso concelho, desde os anos 70 à atualidade, numa reportagem a que damos início este mês e que continua nas próximas edições.

Para ler na edição impressa do Jornal de Cá, hoje nas bancas do concelho do Cartaxo. Não perca!

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