Opinião de João Pedro Barroca
Em tempo de Eleições Autárquicas é normal existir uma elevada expetativa sobre como irão ser os próximos quatro anos no concelho do Cartaxo que, infelizmente, tarda em conseguir afirmar-se como um território atrativo, não conseguindo assim aproveitar o seu elevado potencial.
Neste seguimento, independentemente dos resultados eleitorais que venham a verificar-se no próximo dia 26 de setembro, na minha opinião, existem três eixos fundamentais que deverão merecer a especial atenção do próximo Executivo Camarário.
Desenvolvimento Económico Local
Tendo em conta que as finanças locais encontram-se atualmente estabilizadas, a prioridade deverá ser apostar no desenvolvimento económico do Cartaxo, sendo este o principal desafio para os próximos quatro anos.
O desenvolvimento de um Plano Estratégico de Apoio à Economia Local e também um Plano Estratégico de Apoio ao Comércio Local serão fundamentais para planear objetivos a curto, médio e longo prazo que deverão ser executados através da concretização de Planos de Ação em diversas setores económicos.
Este planeamento, obrigatoriamente, deverá estar enquadrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) bem como no novo Quadro Comunitário de Apoio (Portugal 2030).
Políticas de Urbanismo e Acesso à Habitação
Os Custos de Contexto continuam a ter um peso muito significativo na nossa economia, funcionando na maioria das vezes como um travão à concretização de novos investimentos empresariais.
Neste caso, concretamente, os processos camarários relacionados com a legalização de novos empreendimentos, continuam a ser um dos principais fatores que inibem o desenvolvimento económico no nosso concelho e, por esse motivo, será prioritário inverter esta situação negativa.
Por outro lado deverão ser desenvolvidas políticas de acesso à habitação, que passem pela criação de um Programa específico para o setor imobiliário, com o intuito de incentivar a construção nova e reabilitação urbana, contribuindo para a regulação da oferta e procura existente, permitindo, assim, diminuir o custo na aquisição de habitação ou arrendamento.
Para além disso, também a proximidade de Lisboa deveria ser explorada com o intuito de captar população jovem e com poder de compra para o nosso concelho, criando assim externalidades positivas na sua economia local.
Finanças Locais
Por último, mas não menos importante, deve ser atribuída especial atenção às finanças locais que, felizmente, já conheceram piores dias.
Fruto do acesso aos programas de apoio à economia local criados pelo Governo e através de uma gestão financeira responsável por parte deste Executivo, aparentemente, existe hoje um nível de endividamento mais controlado e, inclusive, liquidez suficiente para alavancar novos investimentos com recurso a fundos comunitários.
*Artigo publicado na edição de setembro do Jornal de Cá.