Fala-se hoje em dia mais de política do que é habitual em Portugal. Julgo que devemos aproveitar para refletir sobre os grandes princípios que deviam guiar os próximos governantes, sejam eles quem forem. Entendo que as prioridades deverão ser os princípios, mais que a gestão de um qualquer Excel.
Os direitos humanos, tanto na sua dimensão civil e política, como económica, social, cultural e ambiental, devem estar à cabeça das prioridades. Incluo neles o acesso à saúde, à educação, e à segurança social, digna e justa.
A liberdade é outro que deverá estar sempre na mente de qualquer governante. Como autonomia pessoal, realização de potencial humano e desenvolvimento coletivo, a liberdade deve ser o ponto de partida e o ponto de chegada da ação política.
A igualdade, não só perante a lei ou de oportunidades, mas também na equidade na distribuição de recursos é como a solidariedade, princípio para corrigir as injustiças económicas e sociais.
A recusa da mercantilização das pessoas, do trabalho e da natureza é um princípio fundamental. Deve-se retornar a um socialismo que entenda que a ação estatal é crucial para essa recusa de mercantilização humana, mas que só uma economia mista com os três setores (privado, público e associativo/cooperativo) pode desenvolver sustentavelmente o país.
A defesa firma da ecologia. Que mundo queremos para os nossos descendentes? Infelizmente, nos últimos anos, governou-se como se o planeta fosse uma sala que suja e depois aspira. Não é.
Aprender com a História e sonhar com o futuro. Depois séculos de guerras na Europa, lutar por uma Europa democrática é lutar pela paz é lutar por uma democracia transnacional, pelo desenvolvimento do direito internacional e pela defesa dos direitos humanos.
Ecologia, Europa, Igualdade, Humanismo e Liberdade, na Esquerda regressamos sempre a estes princípios. Porque, ao contrário do que por aí se diz, ainda existe a divisão Esquerda/Direita e a diferença transparece com a resposta à questão: que mundo queres deixar aos teus filhos?