O final do mês de agosto é todos os anos aguardado com expectativa por milhares de jovens. Não, não é por o período de aulas ter passado a ser mais amado que as férias de Verão pela nova geração (há coisas que não mudam). Mas sim porque saem os resultados das colocações no Ensino Superior. O final feliz mais aguardado que parece tantas vezes um tudo ou nada após 3 árduos anos de dedicação e trabalho. Mas será que o é?
Venho nesta crónica partilhar esta reflexão que já tive com uma série de amigos e conhecidos sobre este tema. Uma reflexão que é resultado da minha própria experiência enquanto aluno universitário. Que de certa forma ainda continua: encontro-me a tirar um Doutoramento em Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico.
A escolha do meu percurso académico foi para mim tão intensa e sinuosa como é para tanta gente, creio. Foi já muito em cima do prazo final do período para candidaturas que finalmente tomei uma decisão do percurso que queria seguir. E na verdade, nada de certezas absolutas, que me parecem impossíveis de existir verdadeiramente em qualquer idade, mas principalmente neste momento em que ainda estamos a começar a conhecer o mundo, a vida e o que neles fazemos.
Foi uma escolha à base da intuição e que ia de encontro à forma como me via a mim, ao mundo e aos meus interesses, paixões e ambições naquela fase. Desde aí? Muitas oscilações, mudanças e aprendizagens, que me fizeram por vezes considerar outros caminhos. Ainda que toda essa deambulação ativa pela vida e oportunidades que agarrei me tenham sempre trazido de volta, não a onde comecei, mas à continuação desse caminho.
Acima de tudo trouxe-me a compreensão de que tudo aquilo que eu faço, mesmo que seja nas áreas mais díspares, é na verdade a continuação desse caminho que “comecei” quando soube que fui colocado no Instituto Superior Técnico. Tudo aquilo que faço torna-me mais forte, mais completo (a nível de capacidades e conhecimento do mundo) e, acima de tudo, realizado. Porque busco encontrar felicidade, crescimento e conexões em tudo o que faço.
Desejo a todos os cartaxeiros que dão agora entrada no Ensino Superior, assim como àqueles que já lá estão ou estiveram, a mesma sorte que tenho tido e tentado construir. Vamos com tudo ao mundo!