O PCP do Cartaxo está preocupado com os valores de cloro presentes nas análises efetuadas à água no concelho.
Depois de ter levado esta questão à última reunião de Câmara por Orlando Casqueiro, candidato da CDU nas últimas autárquicas, no período Antes da Ordem do Dia, e não obtendo resposta satisfatória, a Comissão Política Concelhia solicitou, agora, à ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos) um parecer sobre os valores de cloro presentes na água para consumo doméstico no concelho do Cartaxo.
Segundo a carta enviada a esta entidade, apesar de o portal da Cartagua não mencionar os parâmetros de cloro na água que devem ser respeitados nos relatórios disponíveis, “de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os valores de cloro na água para consumo humano devem estar entre os 0,2 mg/l e os 0,5 mg/l. Por outro lado, de acordo com a lei portuguesa, recomenda-se que os valores estejam entre os 0,2 mg/l e os 0,6 mg/l”. Ora, segundo o PCP, dos 77 relatórios de ensaio disponíveis no portal da Cartagua, “75 têm enunciados os valores de cloro; com valores no limite, abaixo ou superiores aos valores recomendados pela OMS contabilizam-se 25 análises, o que corresponde a um terço do total das análises; com valores no limite, abaixo ou superiores aos valores recomendados pela legislação portuguesa contabilizam-se nove análises, o que corresponde a mais de dez por cento do total das análises efetuadas”.
Além disso, diz o PCP, “no caso da amostra recolhida no Setil, o valor de cloro registado foi de 0,05 mg/l. Neste exemplo, para que o valor do cloro estivesse, pelo menos, no mínimo recomendado, seria necessário que fosse multiplicado por quatro”.
Na missiva à ERSAR, o PCP recorda que vem alertando a Câmara Municipal para a necessidade de, junto das entidades competentes, interceder, para que estas “pudessem analisar a situação e informassem o Município se os resultados registados devem, ou não, ser corrigidos”, e que propôs que as análises deveriam ser multiplicadas, nos casos em que os valores estivessem desconformes.
Apesar de o PCP ter proposto à Câmara Municipal um pedido de parecer da ERSAR, a resposta foi sempre que “não havia lugar a preocupação e que não havia necessidade de solicitar diligências adicionais”.
Assim, o PCP “mantém a preocupação manifestada” e solicita à ERSAR que aprecie a situação e, “caso seja necessário, intervenha, no intuito de proteger a qualidade da água para consumo no concelho do Cartaxo”.