A estreia da peça “Dá Raiva Olhar Para Trás”, levada à cena pela a Área de Serviço, já tem nova data e local: dia 5 de maio, na Galeria José Tagarro.
Devido à inundação ocorrida na passada semana no Centro Cultural do Cartaxo, a Área de Serviço viu-se obrigada a adiar a estreia da peça do autor John Osborne, marcada inicialmente para o dia 29 de abril. Assim sendo, a estreia de “Dá raiva olhar para trás” (Look Back in Anger) foi remarcada para dia 5 de maio, na Galeria José Tagarro (nas traseiras da Câmara Municipal do Cartaxo), mantendo-se em cena nos dias 6, 7, 13, 14, 15 e 27 de maio, sempre às 21h30.
Para a Área de Serviço, que celebra este ano os seus 10 anos de existência, este “é um texto essencial e um passo obrigatório para a nossa companhia”, contando com a encenação de Frederico Corado e direção de cena de Mário Júlio, numa produção que conta com o apoio financeiro da DGARTES.
John Osborne, um dos “angry young man”, escreveu um dos marcos do teatro inglês ao pôr em palco jovens ingleses que não tinham participado na Segunda Guerra Mundial e onde descobriam que as suas consequências não eram promissoras.
Jimmy Porter parece não conseguir melhor do que o seu trabalho numa loja de doces, é um jovem inteligente mas insatisfeito, proveniente da classe operária, casado com Alison, uma jovem de classe média-alta com quem mantém uma relação tóxica, entre a cumplicidade e o abuso. A melhor amiga de Alison, Helen, aconselha-a a abandonar Jimmy, mas acaba por se envolver romanticamente com ele. História de um triângulo amoroso, “Dá Raiva Olhar Para Trás” é também um retrato desolado da vida das classes trabalhadoras inglesas no fim os anos 50 e um olhar crítico sobre o sistema de classes.
Este espetáculo conta com as interpretações de Vânia Calado, João Vítor, Inês Custódio, Gabriel Silva e a participação “muito especial do grande ator Joel Branco, que nos dá o grande prazer de se juntar ao elenco da Área de Serviço neste espetáculo que ficará para sempre marcado nas nossas memórias”.
Joel Branco, que todos conhecemos como sendo um dos mais populares atores do teatro ligeiro em Portugal, foi bailarino e primeira figura de várias revistas do Parque Mayer. A sua interpretação em “Godspell” no Teatro Villaret revelou-o como ator/cantor de enormes recursos, que confirmou ao lado de Ivone Silva em “Não Há Nada Para Ninguém”, onde foi distinguido com o Prémio de Melhor Ator do Ano, atribuído pela Casa da Imprensa e Nova Gente. Para além do teatro e da música, o ator participou em variadíssimas atuações na televisão em telenovelas, série e programas.
Na História do Teatro Português, a peça “Look Back in Anger” tem algumas produções histórias. Em 1967, com o título “O Tempo e a Ira”, numa tradução de José Palla e Carmo e encenação de Fernando Gusmão, é levado à cena pelo Teatro Experimental do Porto com Luiz Alberto, José Cruz, Isabel de Castro, Fernanda Alves e David Silva. Depois o Teatro Experimental de Cascais, em 1968, com a mesma tradução, encena pela mão de Artur Ramos e cenografia de Paulo-Guilherme com José de Castro, Lourdes Norberto, Maria do Céu Guerra, Luís Santos e Canto e Castro. Em 1992 é Rui Madeira que a encena na sua Companhia de Teatro de Braga e em 1996 já com o título “Dá Raiva Olhar Para Trás” numa tradução de Gustavo Rubim é Juvenal Garcês que faz a sua encenação no Teatro-Estúdio Mário Viegas com a interpretações de Simão Rubim, Rita Lello, Pedro Tavares, Mafalda Vilhena e Carlos Lacerda.
Mais informações e reservas com a Área de Serviço, através do número 964 032 279.