As Piscinas Municipais do Cartaxo estão a funcionar ao arrepio da lei.
A questão foi levantada na reunião de Câmara de segunda-feira, 16 de julho, pelo vereador Jorge Gaspar, da coligação Juntos Pela Mudança (JPM), a propósito do encerramento das Piscinas Municipais no domingo, 8 de julho, por falta de nadadores salvadores.
Jorge Gaspar questionou “se as Piscinas Municipais têm um plano de segurança, nomeadamente, os dispositivos de segurança”.
O vereador do Desporto, Pedro Nobre, revelou que o plano integral de segurança está a ser ultimado, “que era o que estava a faltar para cumprir com tudo e já tenho o primeiro esboço, foi entregue na sexta-feira e, em princípio, esta semana fica resolvida essa questão”, o que levou Jorge Gaspar a concluir que “neste momento, as Piscinas funcionam irregularmente, se abrem sem o plano de segurança a que a lei obriga”. Por isso, “posso concluir, da resposta que acabou de dar, que as Piscinas do Cartaxo funcionam à margem da lei, exatamente por falta do plano de segurança”.
Falta de nadadores salvadores motiva ‘troca de galhadetes’
O vereador Jorge Gaspar quis saber o que é que se passou, “do ponto de vista da gestão básica de um equipamento desportivo municipal para que, por uma razão tão prosaica, no dia 8 de julho, o mesmo tenha sido fechado”.
O vereador Pedro Nobre, explicou que esta foi uma situação imprevista, já que “o nosso plano de água precisa de dois nadadores salvadores e apenas tínhamos um”.
“Hoje, há escassez de nadadores salvadores”, acrescentou o presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, “a empresa com quem temos trabalhado nos últimos anos, a Búzios, que nos procura salvaguardar esta matéria, hoje não consegue”. Além disso, adiantou que a Câmara tem de suprimir “doenças súbitas dos nadadores salvadores, às vezes, meia hora antes de entrarem ao serviço. Não foi o caso, desta vez, mas quando é relatado meia hora antes da entrada ao serviço, a Câmara não tem instrumentos, não tem meios. Nós temos andado, de alguma forma, com a ajuda dos nossos Bombeiros, que têm formação nesta área, a suprimir essas faltas”. Apesar de tudo, Pedro Ribeiro assegura que “não me recordo, desde que sou presidente desta Câmara, de termos aberto as Piscinas sem cumprir a legislação. Com o meu conhecimento, não”.
“É lamentável que um presidente de Câmara não assuma politicamente as responsabilidades que lhe advêm por esta circunstância e diga que tudo isto se deve a doenças súbitas de seus funcionários. Eu, se fosse presidente de Câmara e se tivesse dúvidas sobre aquilo que um funcionário municipal me transmitisse, naturalmente, chamava-o e, em caso disso, agia disciplinarmente, não vinha mandar bocas para uma reunião solene de Câmara Municipal”, disse Jorge Gaspar.
“Lamentável é o exercício de hipocrisia que fazemos aqui quando dizemos que apenas tivemos conhecimento disto pelos jornais, e eu, nisso, nem alimento nem alinho. Ninguém sacudiu a água do capote”, assegurou Pedro Ribeiro.