Todos conhecem o jornal “A Voz de Pontével” que por iniciativa de João da Silva Pimenta, “um pontevelense, a quem Pontével muito deve”, teve a sua primeira edição como número único, em Janeiro de 1957, embora o seu primeiro número com carácter oficial se viesse a verificar em Abril do mesmo ano.
Foi propriedade do Centro de Recreio Popular, da Casa do Povo, da Junta de Freguesia, e desde 2008, é propriedade da Associação Rio da Fonte.
Contudo antes de “A Voz de Pontével” existiram vários jornais; é conhecido o jornal “ A Verdade” de 1906, mas desde 1876 que já circulavam jornais em Pontével
São jornais manuscritos, constituídos por folhas de papel ligeiramente maiores que o actual A4, têm data, dia e ano, título das notícias e local da redacção assim como o nome do corpo redactorial; quanto a conteúdos, imperam os motivos políticos, crítica social, e algumas notícias sobre a terra e a sociedade local.
No mês de Maio de 1876 e em vários dias da semana, circularam em simultâneo dois jornais, dos quais chegaram até nós alguns exemplares ;
O “Burrical,” 6ª feira 12 de Maio e sábado, 13 de Maio; o“Chicote dos Burros,”de Domingo,14 de Maio, de 2ª feira, 16 de Maio, e de 5ª feira, 18 de Maio.
Em 1888, aparece “O Telefone Picante”, “A Farpa, e “os Dois Zés.
O “Telefone Picante” tem na sua 1ª página, a seguinte informação:
Pontével, terça-feira, 8 de Maio de 1888
Redacção: Alto de S. Gens; Jornal satírico, burlesco, e noticioso. Publicação semanal; Administração, Val da Rôla; Toda a correspondência deve de ser dirigida a: Simão Canudo, Moinho do Lobo.
Na última página, traz uma crítica ao derrube do alpendre da Capela de Nª Srª do Desterro, que se verificou em 1888, com desenhos legendados, alusivos ao acto, que elucidavam as correntes contra e a favor de referido derrube, mostrando no final um bacio cheio, e com a seguinte legenda: “ o embargo, reduzido a…”.
De “A farpa”1888, de “Os Dois Zés”1888, de “A Verdade 1906 e de “A Mentira”, ocupar-me-ei no próximo número.