Ontem atingiu-se um novo número máximo de incêndios florestais ocorridos no País.
Segundo dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil, foram registados em Portugal 268 incêndios florestais apenas no dia de ontem. Estiveram envolvidos 6553 operacionais com 1762 veículos, num total de 103 missões, com meios aéreos.
Já desde as zero horas de hoje foram contabilizados 62 incêndios florestais, sendo que grande parte destes durante o período noturno.
Esta noite houve temperaturas mínimas que não desceram dos 20 graus e com índices de humidade muito baixos o que veio a complicar as operações em curso. Foram horas muito difíceis para os bombeiros e outras entidades que estiveram no terreno, concentrados sobretudo na zona centro do País, em Coimbra, Leiria e Santarém.
“A culpa não é do tempo, a meteorologia não provoca incêndios florestais. O que pode acontecer é termos muito mais dificuldade para os resolver. Sabemos que mais de 90 por cento das ocorrências de incêndios florestais têm intervenção humana, seja de forma intencional, seja de forma negligente. Ambas são crime. Acresce a forma violenta com que estes incêndios têm acontecido logo na sua fase de início. Temos o País em situação de seca severa e temos um cenário meteorológico muito favorável à ocorrência de situações muito complexas em matéria de incêndios florestais” disse Patrícia Lopes, adjunta de Operação Nacional da Proteção Civil.
Entre as ocorrências em curso, contabilizando os incêndios que estão dominados e os que estão já em situação de vigilância, há um total de 51 ocorrências no País envolvendo 3079 operacionais e 905 meios terrestres.
O Plano Distrital de Emergência foi acionado em Coimbra e o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, também, foi acionado. Como reforço foram solicitados meios aéreos e meios terrestres e Espanha já confirmou a vinda de dois módulos de emergência e dois meios aéreos. O cenário é idêntico em França e Espanha que também já acionaram este mecanismo.