São já conhecidos muitos candidatos presidenciais, todos de esquerda ou ditos de tal, e o seu perfil profissional: académicos, comentadores, sindicalistas, empresários, etc. Qualquer cidadão de nacionalidade portuguesa, no pleno uso dos seus direitos de cidadania e maior de 35 anos de idade, pode concorrer à Presidência mas já me cheira a demasiado.
Aparentemente, esta sobejidão de candidatos até seria positivo para o país mas, na prática, o que estamos a assistir é à apresentação do historial de vida que cada candidato, quando o mais importante, para Portugal, é saber o que cada um quer fazer em relação aos bloqueios da sociedade portuguesa que residem no sistema político.
Aguardamos novos desenvolvimentos mas palpita-me que só saberemos algo de relevante após as eleições para a Assembleia da República.
A privatização da TAP e a idiotia nacionalista
Os portugueses “acordaram” estupefactos para uma cruel realidade: os pilotos da TAP fizeram uma greve de 10 dias (!!!) reivindicando 20% do capital da empresa numa futura privatização, reivindicação esta que até é inconstitucional (!!!). E prometem continuar! É hoje evidente para todos que os pilotos levarão a empresa à ruína, ou à sua venda por um preço irrisório, e em ambos os casos ao despedimento de 30 a 40 % dos seus trabalhadores. Estarão a fazer um jeito a alguém?
Dito isto, reconheço-me na aspereza da pena de Vasco Pulido Valente: «A TAP é um produto do império. Sem o império e a guerra colonial não existiria. O amor que os portugueses supostamente têm à TAP não passa de uma atração pela falsa grandeza que as colónias nos davam e que gerações de portugueses partilharam, mesmo depois do “25 de Abril”. É por isso, e só por isso, que a “privatização” provoca sempre uma certa exaltação nacionalista, muito próxima da idiotia. A conversa sobre o “valor estratégico” da TAP assenta na fantástica premissa de que Portugal é uma potência com um papel no mundo.» Fantástica e fantasiosa!
«Com um balcão da TAP e uma hospedeira portuguesa, a saloiice indígena rejubila.»