Mais de 30 manifestantes anti-touradas juntaram-se na sexta-feira, 23 de agosto, nas imediações da Praça de Touros do Cartaxo (entre o Ateneu Artístico Cartaxense e o Centro de Convívio), para protestar contra a realização de mais uma corrida de touros na cidade.
Este foi o primeiro protesto realizado no concelho pelo movimento ‘Santarém sem Touradas – Pelos Animais’, a que se juntou o grupo anti-touradas do Cartaxo, demonstrando o “descontentamento sobre estes tristes espetáculos sangrentos”.
Com palavras de ordem como “direitos dos animais são fundamentais” ou “nem mais um touro para a arena” e “touros sim touradas não”, os manifestantes lá se foram fazendo ouvir, mesmo dentro da Praça de Touros, que comemorava na sexta-feira 145 anos de existência.
Este é um tema fraturante nos dias que correm. Assim que o Jornal de Cá publicou a realização deste protesto, os comentários ‘choveram’ no Facebook. “Espero viver o suficiente para observar o fim das atividades tauromáquicas em Portugal”; “as tradições re-constroem-se, os tempos evoluem, já não se praticam outras tradições que vão contra direitos e conhecimentos ou ficamos parados para sempre no mesmo sítio? o mundo de ontem já não existe, mudou, para o mal e para o bem”; “argumentos não têm os anti taurinos. Apenas por não gostarem querem proibir. São os novos fascistas…”; “os gladiadores também eram tradição”; “o que se trata não é acabar com as touradas, eu não sou contra as touradas, eu sou contra é à tortura ao animal”; “tourada é tradição, é cultura, é identidade das gentes do Ribatejo, não gostam, não apareçam, se não se identificam com as gentes desta terra tem bom remédio, voltem para de onde vieram”, foram apenas alguns dos comentários colocados na página do Facebook do Jornal de Cá.
A discussão havia de continuar ao longo das semanas, com ataques de ambas as partes, por vezes, utilizando argumentos muito pouco razoáveis.
No final, no dia 23 de agosto, tudo correu da melhor forma, sem registo de qualquer incidente entre as partes.
Esta manifestação é, no entanto, um sinal dos tempos. Ainda há bem poucos anos um protesto com estes contornos, em pleno coração do Ribatejo, seria impensável. O Jornal de Cá regista com agrado que, afinal, as agressões foram mesmo só no conforto do teclado…