PSD faz balanço dos últimos quatro anos na Câmara

Para Vasco Cunha e Paulo Neves, o trabalho realizado neste mandato dificilmente poderia ter sido feito de maneira diferente

Cartaxo, 27/09/2016 - Reuniao Camara Municipal do Cartaxo ( Vitor Neno / Neno Photo )

A dois meses de terminar o mandato à Câmara Municipal do Cartaxo, o PSD apresentou um balanço do trabalho feito, nos últimos quatro anos, pelos seus dois vereadores, Vasco Cunha e Paulo Neves, que se fizeram acompanhar do presidente da concelhia do PSD, José Augusto de Jesus e de João Heitor que, tal como Céu Clemente, substituíram os vereadores nas reuniões de Câmara, quando necessário foi.

Qualquer uma das forças políticas que tivesse ganho a Câmara Municipal, nas últimas eleições, não poderia ter feito um trabalho muito diferente daquele que foi feito

Vasco Cunha

Nesta conferência de imprensa, realizada ontem (24 de julho) na Câmara Municipal, foi Vasco Cunha quem apresentou o balanço deste último mandato, deixando claro que o trabalho dificilmente poderia ter sido feito de outra forma, tendo em conta a situação financeira do Município. “Qualquer uma das forças políticas que tivesse ganho a Câmara Municipal, nas últimas eleições, não poderia ter feito um trabalho muito diferente daquele que foi feito, não tinham tido outra alternativa que não resolver aquelas questões, dadas as circunstancias”. De qualquer forma, deixa uma nota positiva, quando afirma que “no final deste mandato o Município tem outro oxigénio que não tinha no início”.

Vasco Cunha começou por lembrar as condicionantes da candidatura do PSD à Câmara Municipal do Cartaxo, há quatro anos, quando se apresentou como cabeça de lista, referindo que “o contexto de partida da candidatura era bastante difícil”, com “um conjunto de medidas ainda no âmbito da austeridade que estavam a ser anunciadas na proposta de orçamento de Estado e que de alguma forma também colidiam um pouco com todas as candidaturas a nível nacional nas eleições autárquicas”. Ainda assim, garante que, apesar do “ambiente político difícil, fizemos esta candidatura e assumimos que era uma candidatura para ganhar a Câmara Municipal”.

Tínhamos um programa que nos dava um conjunto de diretrizes para os quais nós poderíamos olhar e orientar o nosso mandato ao longo dos quatro anos

Vasco Cunha

Não foi o que aconteceu, com o PSD a ficar em terceiro lugar nas eleições, mas segundo Vasco Cunha, “tínhamos um programa que nos dava um conjunto de diretrizes para os quais nós poderíamos olhar e orientar o nosso mandato ao longo dos quatro anos”. Desta vez sem uma maioria absoluta, o que para o vereador foi “uma boa base de partida”, caracterizando este mandato “pela responsabilidade de quem se sentava na mesa de reuniões, pela necessidade de haver compromissos, mas também alguma lealdade política”. Segundo Vasco Cunha, dada a situação grave da Câmara Municipal “não havia aqui lugar quer à imprevisibilidade quer a surpresas de quem se sentasse a esta mesa, pelo menos da nossa parte, minha e do Paulo Neves, tal como da parte da Céu Clemente e do João Heitor que nos substituíram nalgumas reuniões”.

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E foi com as várias condicionantes do Município que Vasco Cunha justificou as posições do PSD neste mandato, acima de tudo no início. “A Câmara Municipal encontrava-se numa situação grave, numa das mais graves do País e para além dessa situação financeira havia pelo menos três grandes questões que estavam pendentes logo nos primeiros tempos do início deste mandato”. Refere-se aqui à questão da execução do PAEL, “que precisava de ter uma resolução”, a adesão ao FAM, “e um terceiro conjunto de situações que o Município tinha de resolver, como por exemplo a situação dos trabalhadores da Câmara Municipal que não tinham a questão resolvida perante a Caixa Geral de Aposentações, a questão da Rumo 2020 que tinha que ser encerrada, e a questão dos fundos comunitários, porque o quadro comunitário entretanto fechou e havia aqui um conjunto de situações por resolver”.

A responsabilidade com que cada um de nós assumiu este mandato foi quase que um compromisso de honra de que quem é eleito assume o seu mandato até ao fim

Vasco Cunha

Voltando ao programa do PSD, Vasco Cunha lembrou os seus quatro grandes objetivos programáticos: saúde financeira do Município, a ação social do Município, dar urgência ao desenvolvimento do vetor económico do concelho, “que é para mim o ponto em que houve pouco progresso ao longo destes quatro anos” e, em último, a qualidade de vida no concelho, “que não é ainda uma prioridade, mas hoje o Município reúne já algumas condições para que essa qualidade possa voltar no próximo mandato”, espera o vereador.

Deste mandato, Vasco Cunha lamenta que, apesar de aprovada há cerca de três anos em Assembleia Municipal, a proposta do campo seguro ainda não tenha sido implementada. “Aqui, em vários momentos, fizemos chamada de atenção para isso e é com pena que vamos acabar o mandato e esta medida não esteja no terreno”, afirma o vereador que se prepara para suspender a sua participação ativa na política, embora garanta que não deixará de ser “um cidadão atento àquilo que vai acontecendo” intervindo sempre que achar necessário.

Hoje estamos à-vontade para dizer que faltam quatro ou cinco reuniões de câmara para acabar o mandato e sentimo-nos bem e confortáveis por ter cumprido este mandato do princípio ao fim

Vasco Cunha

À parte das propostas apresentadas em reuniões de Câmara, pelos vereadores eleitos do PSD, Vasco Cunha não quis deixar de frisar que “em cerca de cem reuniões no mandato, tivemos apenas uma única falta, que foi justificada”, fazendo referência “ao esforço que todos nós quisemos fazer ao longo deste mandato para que quem é eleito não deixe de estar aqui sentado a representar aqueles que em nós votaram”. “Mais do que isso”, continua “a responsabilidade com que cada um de nós assumiu este mandato foi quase que um compromisso de honra de que quem é eleito assume o seu mandato até ao fim” e “hoje estamos à-vontade para dizer que faltam quatro ou cinco reuniões de câmara para acabar o mandato e sentimo-nos bem e confortáveis por ter cumprido este mandato do princípio ao fim”.

Praticamente a finalizar este mandato, restando mais quatro ou cinco reuniões de Câmara, o PSD prepara-se ainda para apresentar “o último compromisso deste mandato” – “uma proposta que está neste programa da candidatura e é algo que o PSD há vários anos tem pugnado, para que possa ser discutida a construção de uma estátua de homenagem ao trabalhador agrícola do Cartaxo”.

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