O PSD coloca em cima da mesa uma proposta que pretende alargar a coroa do passe social da Área Metropolitana de Lisboa até ao Entroncamento. Tendo em conta que milhares de habitantes no distrito de Santarém se deslocam diariamente para Lisboa, mas que atualmente pagam o triplo do preço por um passe em relação a concelhos que distam apenas 10 km de distância, a proposta do PSD pretende acabar com esta discriminação e estimular a utilização de transporte público.
Por exemplo, um habitante da Azambuja paga de passe 55 euros, mas se for do Cartaxo, 12 km ao lado, já paga 134 euros e de Santarém 161 euros sem esquecer que como são passes fora da AML não podem ser combinados, logo estas pessoas têm que adquirir um segundo passe para circularem dentro da cidade de Lisboa (+ 40 euros a 50 euros).
Os deputados do PSD e a distrital do PSD de Santarém pretendem levar esta proposta à Assembleia da República e vêm publicamente desafiar o governo a incluir esta solução na proposta de Orçamento de Estado que estarão a negociar com os seus parceiros de coligação e que será conhecida na próxima semana.
Segundo Duarte Marques, deputado do PSD eleito por Santarém “vive-se atualmente uma enorme discriminação em relação aos habitantes do distrito de Santarém que pagam o triplo do preço pelo seu transporte em relação a pessoas que vivem à mesma distância de Lisboa, e não têm qualquer incentivo para utilizarem transporte público. Os novos apoios aos passes sociais vêm acentuar ainda mais esta discriminação”.
“Se queremos alterar a mobilidade e retirar automóveis da cidade de Lisboa temos que ter em conta todos os que entram diariamente na cidade e não apenas os que vivem nos arredores. Os movimentos pendulares para Lisboa estendem-se hoje tanto a Tomar, como a Coruche, Benavente, Entroncamento, Torres Novas, Golegã, Almeirim ou Cartaxo. O preço de habitação em Lisboa acentua a cada dia este fenómeno e se queremos “mexer” a sério na mobilidade e não apenas com fins eleitorais, então temos que olhar para o problema de forma abrangente”, afirma o deputado.
Ainda segundo o PSD, o objetivo desta solução é trazer maior equidade de tratamento a todos os cidadãos e estimular a utilização de transporte público corrigindo um conjunto de injustiças que atualmente prejudicam as pessoas. Na ferrovia não há sequer um passe combinado que permita articular com os transportes dentro da malha urbana de Lisboa, obrigando a adquirir dois passes diferentes. Há hoje um conjunto significativo de automobilistas que recorrem ao automóvel para se deslocarem para o seu trabalho na Área Metropolitana de Lisboa e que poderiam passar a usar o transporte público se este fosse competitivo.
Assim, o PSD apresenta duas propostas: alargar a coroa do passe social da Área Metropolitana de Lisboa ao Entroncamento, que atualmente termina na Azambuja, e atribuir como bónus a totalidade ou um desconto de 50% na compra do passe de Lisboa (Navegante ou Lisboa Viva) a quem tiver um passe de um percurso superior exterior à coroa da Área Metropolitana de Lisboa ou a 50 quilómetros de distância de Lisboa.
O PSD alega que vários milhares de pessoas deslocam-se diariamente, para trabalhar e estudar, entre os distritos de Santarém e de Lisboa, lembrando que se muitos o fazem de automóvel, contribuindo diretamente para o fluxo de trânsito em Lisboa, muitos recorrem aos transportes públicos, nomeadamente ao comboio.