Rádio 2.0

Opinião de Rafael Teixeira

Atire a primeira pedra quem nunca, mas nunca, tenha ouvido o “Oceano Pacífico”.
Num carro, num quarto, numa noite qualquer, num sítio qualquer, à espera de alguém ou apenas a ouvir.
Pois vai deixar de o poder fazer, muito em breve.
O FM morreu.
Não a rádio, a tecnologia.
A tecnologia FM é menos eficiente, em diversos parâmetros, como o cada vez mais importante da eficiência energética, que a DAB e DAB+; a qualidade do sinal permite mais que o RDS, também. Dependerá da adesão, imaginação dos fabricantes e adopção da tecnologia por parte dos ouvintes.
Haverá sempre canais que terão de suportar, até por questões de ocupação do espectro, de Segurança Nacional ou quaisquer outras que se lembrem, durante algum tempo, mais ou menos longo.
Sim, porque enquanto houver ouvintes haverá sempre rádio.
E são os ouvintes que irão determinar, como acontece na televisão, nos jornais e revistas, que rádio querem que exista e como a irão “consumir”.
E não vai ser melhor ou pior. Vai ser diferente. O que se quiser ouvir.
Programas de autor, generalistas, temáticos, multi-língua. No fim, acabaremos todos por ouvir aquelas quatro estações que ouvimos habitualmente.
Vai ser um bocado a apalpar e estará sempre dependente dos “caprichos” dos ouvintes (o poder final de poder mudar de estação), mas muito mais poderá ser entregue “à medida”. E é este “à medida” que determinará quem vai ter ouvintes.
À semelhança de de todo o outro conteúdo digital, como os jornais e revistas, a rádio terá de se adaptar.
Iremos ter de pagar para ouvir rádio?
Sim, claro. Não é com dinheiro. É com a informação recolhida de quem, quando, onde e o que escuta e respectivo tratamento (anúncios).
E estou curioso ao que ouviremos nos carros, cafés, lojas, quartos e afins, daqui por um par de anos.
Isuvol
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