Os ânimos exaltaram-se na Assembleia Municipal Extraordinária do Cartaxo de quarta-feira, 12 de abril.
Apesar de ser limitada no que respeita à discussão de assuntos levados pelos eleitos – por ser extraordinária -, o ponto 6 da Ordem de Trabalhos “Alteração de delimitação da Área de Reabilitação Urbana 4 do Cartaxo” deu que falar, originando mesmo a troca de alguns ‘galhardetes’.
A discussão surgiu após algumas críticas ao Plano de Regeneração Urbana em curso, com o deputado José Barroso, do PSD, a questionar a Câmara sobre a diminuição ou não dos lugares de estacionamento, Délio Pereira, da CDU, a perguntar se as obras vão beneficiar os cidadãos de mobilidade reduzida ou se não vão beneficiar estes cidadãos nem o estacionamento, ou Luísa Pato, do PSD, a considerar que existirão sempre sítios onde não vão passar cadeiras de rodas, mesmo a custo do estreitamento das vias, porque existirão casas que nunca vão recuar, recordando que o que foi aprovado pela Assembleia foi o recurso aos fundos comunitários do PEDU e não as obras a efetuar, e que existem ruas onde não passam camiões.
A este propósito, Marco Bruno, do PS, lembrou as obras que estão a ser feitas nos bairros históricos de Lisboa, com ruas bastante mais estreitas que as do Cartaxo. “É só para fazer bota a baixo”, disse.
Esta consideração mereceu uma defesa da honra de Luísa Pato, que referiu que “ver um adulto a replicar e a distorcer aquilo que eu disse da maneira que este senhor acabou de dizer, tenho tanta pena, e já percebi porque é que o Cartaxo chegou onde está: realmente, é quando pessoas grandes pensam tão pequenino”.
Esta discussão obrigou o presidente da mesa, Gentil Duarte, a intervir, para lembrar aos deputados que deveriam centrar a discussão no ponto em apreço. “Com a latitude que eu tenho e que me tem sido característica, eu compreendo que o período eleitoral que se avizinha leva-nos a isto. A mim, que me compete gerir com uma latitude elevada, peço aos senhores deputados e ao senhor presidente da Câmara que se centrem naquilo que está a ser discutido”, disse.
“A estupidez não é uma obrigação, mas é um direito. Ninguém é obrigado a ser estúpido, mas toda a gente tem direito a ser estúpido. E, portanto, não vou fazer qualquer apreciação sobre ninguém nem chamar pequeno a ninguém, por defender ideias diferentes de mim”, disse Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal, esclarecendo, depois, algumas questões colocadas.
Apesar de toda a discussão, a proposta foi aprovada por unanimidade.