É no Alto Alentejo que agora podemos ver a representação da vida de todo o curso dos rios. O Fluviário de Mora, o terceiro de toda a Europa, mostra, no seu habitat natural, as várias espécies existentes nos rios
O Alto Alentejo acolhe desde Março de 2007 o Fluviário de Mora, o único em Portugal e terceiro em toda a Europa. No interior de um moderno edifício, rodeado por verde e perto de uma barragem, está representado um rio com as mais diversas espécies de seres vivos que nele habitam.
Quem lá vai percorre todo o seu curso, descendo o rio até à foz onde, por fim, encontra, entre outras surpresas, as douradas. A revista DADA foi conhecer este lugar cheio de vida, acompanhada por um numeroso grupo de crianças (dos seis aos dez anos) que em visita de estudo veio conhecer a fauna e a flora dos rios de todo o mundo, mesmo aquela que vive nas profundezas.
Aqui podemos ver todas as partes do rio. à passagem pelo leito, deparamo-nos com a vida das espécies existentes nas suas margens lamacentas e rochosas como os cagados do mediterrâneo e os chanchitos. Passamos pelas ribeiras, onde as águas são mais fundas e mais frias, e encontramos as trutas. De seguida, entre folhas flutuantes dos nenúfares e outras plantas aquáticas, vislumbram-se peixes e invertebrados típicos das águas mais repousadas dos pegos. Aqui há vários micro-habitats que revelam um vasto número de insetos, répteis e anfíbios coloridos que frequentam habitualmente a borda ribeirinha. Ainda no leito deste rio improvisado estão as espécies migradoras, como o esturjão, extinto em Portugal há mais de 50 anos, o salmão, a enguia, a lampreia, ou o sável. Conforme vamos descendo o curso das águas, mais abaixo, passamos pela albufeira de barragem e pela cascata, a zona mais funda do rio e onde os peixes já são maiores. Aqui encontram-se barbos, lúcios e pargos.
Chegados ao estuário do rio, à foz, onde desagua o rio, avistamos a praia e duas pequenas raias que se escondem na areia. Entre outras atrações dos rios, marcam presença duas lontras bebés (na foto), as mais pequenas da espécie, que brincam quer à superfície, quer debaixo de água.
Também as espécies mais exóticas estão no fluviário, representando a Bacia Amazónica. Há aqui uma grande variedade de interessantes espécies no solo inundado da floresta tropical, sendo visíveis peixes impressionantes a vaguear entre as raízes de suporte das árvores da floresta tropical, como o peixe-gato de cauda vermelha e a tartaruga mata-mata.
Existe outra área complementar que apresenta, em habitats devidamente recriados, as vorazes e cintilantes piranhas(na foto), a enguia-eléctrica, o peixe-faca e as altamente mortíferas rãs-seta-venenosa. Ainda bebé, tal como tantos outros exemplares do fluviário, pode ver-se a cobra mais famosa do mundo, a Anaconda.