RUMO 2020 volta à ordem do dia
O processo de internalização dos trabalhadores da RUMO 2020, que tem de estar extinta até dia 27 de abril de 2017, voltou a dar que falar na reunião de Câmara de segunda-feira, 20 de fevereiro.
Na reunião anterior, a 6 de fevereiro, os vereadores do PSD e a vereadora Élia Figueiredo, do Movimento Paulo Varanda, votaram contra a proposta de internalização de oito funcionários nos quadros da autarquia, por considerarem que este processo deveria incluir os dez funcionários da empresa e não apenas oito.
Na ocasião, o vice-presidente da autarquia, Fernando Amorim, que presidiu à reunião, explicou que um dos funcionários não seria internalizado por estar a correr contra si um processo disciplinar, e que o conteúdo funcional do outro funcionário não se enquadrava nas necessidade do Município.
Os documentos acabaram por ser chumbados, já que os dois votos favoráveis do PS e a abstenção do vereador Nuno Nogueira, do Movimento Paulo Varanda, não foram suficientes para os fazer passar.
Agora, Élia Figueiredo considera que “a mensagem que passou, e aquilo que está a passar, é que, de facto, existe aqui um ónus de responsabilidade, na parte da oposição, que votou oito trabalhadores não entrarem por cedência de interesse público na Câmara do Cartaxo, o que não é verdade. Eu assumo as minhas responsabilidades, como já disse. Portanto, o que estava em cima da mesa era aquilo que nós sempre defendemos”, ou seja, a internalização de todos os trabalhadores.
A vereadora acrescenta que os eleitos sempre foram chamados a decidir “com base naquilo que nos apresentaram, mas não com base em factos. E isto é real. Porque o processo disciplinar, neste momento, sabemo-lo, ainda não o vimos, não sabemos da situação da parte do administrador da RUMO 2020, que aqui eu questionei”.
Além disso, os trabalhadores da empresa receberam na segunda-feira uma carta de despedimento e, “portanto, eu acho que fica claro que existe aqui uma decisão unilateral, porque o Movimento Pelo Cartaxo – Paulo Varanda nunca concordou que existisse o encerramento da RUMO sem resolver a situação das dez ou onze pessoas que lá estavam”, referiu, ainda. Por isso, Élia Figueiredo considera que “a oposição esteve sempre ao lado dos trabalhadores”.
O presidente do Município, Pedro Ribeiro, começou por salientar que “eu não conheço nenhuma força política que fosse a favor do despedimento de pessoas. Nenhuma”, acusando, ao mesmo tempo, a vereadora de demagogia, uma vez que “você tem obrigação, mais do que qualquer um que está aqui nesta mesa, de conhecer a legislação que norteia estas coisas, e nós somos obrigados” a encerrar a empresa.
“A única coisa que nos divide em relação a esta matéria é que nós entendemos que dos dez há dois que, por razões diferentes, não podem ser internalizados. Um, porque furtou a Câmara, e o outro, que é o senhor Fernando Ramos, estava bem explícito nas informações que foram prestadas, que se ele estivesse a exercer funções numa escola, na área da cultura, na área do desporto, essa pessoa seria internalizada, podia ser internalizada. Mas como não está com essas funções não nos faz falta. Mandar para a opinião pública o tema da perseguição política é das coisas mais feias que já vi. Porque se nós quiséssemos fazer algum tipo de perseguição ao senhor Fernando Ramos por causa do seu posicionamento político tínhamos extinguido o posto de trabalho logo que tomámos posse”, explicou.
Além disso, a carta de despedimento “é obrigatória por lei. Acho que isso é pura demogogia e acho que é brincar com a vida das pessoas”, rematou.