Quando votamos estamos a gozar em pleno o nosso estatuto de cidadãos, mas estamos, igualmente, a contribuir para uma sociedade melhor. Melhor, porque cabe a todos nós ajudar a decidir os destinos das comunidades em que estamos inseridos. E que melhor forma para o fazer do que através do voto?
Durante duas semanas fomos bombardeados com programas eleitorais, promessas, acusações… ou seja, tivemos oportunidade de apreciar o que nos era apresentado e decidir em quem confiamos para gerir os destinos deste concelho. E também para decidir em quem não confiamos. E domingo é dia de expressar essa confiança, ou não.
Quer escolhamos A, B, C ou D, é importante que expressemos essa mesma escolha. E até se decidirmos que não confiamos em ninguém. O voto em branco também é uma possibilidade válida. Aliás, o voto em branco funciona (ou pode funcionar) como uma espécie de ‘cartão amarelo’ aos que se apresentam a eleições. Afinal, se a percentagem de votos em branco for muito elevada, ou seja, se muitos eleitores não confiarem em nenhum dos que se apresentam ao ato eleitoral, os candidatos terão, obrigatoriamente, de retirar ilações. Poderá constituir uma oportunidade de ouro para mudar de rumo.
E o mesmo não é válido para a abstenção? – perguntar-me-ão. Não! A abstenção representa, apenas e só, a demissão de qualquer responsabilidade no futuro das comunidades, é o tão famoso (e português) ‘deixa andar’.
Ainda assim, é melhor votar em branco do que não votar!
Suponho – e penso que esta suposição nada tem que ver com o meu otimismo natural – que ninguém se sente confortável numa sociedade para a qual não contribuiu. Além do mais, como é possível que alguém se ache com autoridade para falar de algo para que nada fez? Não é essa a sociedade que queremos para as gerações vindouras. Queremos que os nossos filhos se importem, que lutem por um concelho melhor, onde lhes apeteça estar, que gostem de mostrar aos amigos, que lhes ofereça condições de vida. Mas, para isso, é necessário que todos dêem o seu (importante) contributo: os pais, avós, tios e amigos maiores de idade têm de exercer os seus direitos e deveres enquanto cidadãos para que, mais tarde, os mais pequenos repliquem o exemplo.
Recordo-me da festa que era o dia das eleições! Na década de 70 do século passado (sim, já sou um bocadinho ‘antiga’) ia pela mão dos meus pais, sempre numa grande excitação, para que eles exercessem o direito universal que tanto tinha custado conquistar. E recordo-me, também, que à semelhança da minha família, muitas dezenas de outras faziam o mesmo, levavam os filhos consigo, para que estes tivessem a oportunidade de testemunhar a alegria e a satisfação que um simples gesto de cidadania ativa lhes proporcionava. E para mim, hoje – e decerto para muitos dos da minha geração –, é impensável não replicar o gesto dos meus pais.
Vamos fazer do Cartaxo um concelho melhor! Para isso, basta que todos assumamos as nossas responsabilidades. Por isso, no domingo, vote!