“Sempre me interessei pelos problemas da terra e da população”

Vasco de Sousa Casimiro, 51 anos, canalizador, candidato a presidente da Junta de Freguesia de Vila Chã de Ourique pelo Partido Socialista

Quem é o homem que se candidata a presidente de Junta?
Gosto de ver as coisas nascer e crescer, sou aplicado nas coisas que faço, entrego-me de alma e coração às coisas e às vezes até me prejudico, a minha vida pessoal e familiar, por causa desta minha entrega às coisas, à terra, à população, à história de Vila Chã, às tradições. Sou muito bairrista.

Nasci em Vila Chã de Ourique, mas logo no primeiro dia de nascido fui viver para onde moravam os meus pais, em Porto de Muge, na Quinta das Folhas. Estive lá até aos 13 anos. Em 1979, quando foi a cheia grande, perdemos tudo, e os meus pais regressaram a Vila Chã. De qualquer das formas, fiz a escola e a minha vida quase toda sempre em Vila Chã de Ourique. Tenho dois filhos. Nunca deixei as ligações que tinha à minha terra, fiz parte do Rancho Folclórico de Vila Chã de Ourique, de um grupo de teatro que lá existiu, fiz parte do Grupo de Amadores de Teatro Marcelino Mesquita, e outras colectividades.

A política surgiu há quatro anos por acaso. Sempre me interessei pelos problemas da terra e da população, mas surgiu com o convite do antigo presidente de Junta, o Luís Nepomuceno, que precisava de um nº2, eu, por brincadeira, disse que não me importava de ir e ele aproveitou logo, e lá fiquei.

 

O que o motivou a ser candidato?
Ser presidente da Junta é uma coisa que fiz com gosto. Como digo, às vezes, prejudiquei um bocadinho a minha vida, e se lá ficar, se calhar, vou continuar a prejudicar, mas o apego e o gosto pela terra fazem-me ultrapassar essas coisas todas. E foi isso que me levou a aceitar, desta vez, ser cabeça de lista, porque senti que houve muita coisa que não foi feita e que falta fazer muita coisa. Há sempre coisas para fazer, mas aquilo que nós fizemos ali – e tem de se ressalvar isto, fomos nós três que fizemos – foi gerir com aquilo que tínhamos, não fizemos nada de novo, não houve uma obra de raiz. Foi gerir os espaços públicos, as escolas, as ruas… Daqui para a frente sim, gostaria de fazer alguma coisa.

Que presidente de Junta quer ser?
Um bom presidente de Junta tem de ser apegado à terra e ter gosto por aquilo que faz. Sentir a terra, ser bairrista. E há outras coisas que, a nível de conhecimento, é preciso ter, também: conhecimento contabilístico, de gestão, tudo isso é importante e é preciso saber.

Que ideia tem da sua freguesia?
A minha freguesia tem 33 quilómetros quadrados de área, é a segunda maior do concelho do Cartaxo, temos mais de 3300 habitantes e 2320 eleitores, e é uma freguesia que não é muito envelhecida, tem muitos jovens.

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No que respeita à Junta, as contas estão arrumadas. Nós pegámos na Junta com 19 mil euros; neste momento, passou o ano com 35 mil. Claro, agora o orçamento vai ser revisto, tem de haver um reajuste, uma redistribuição, porque também não tem cabimento haver dinheiro e não se fazer obra. Quando entrámos não havia uma roçadora, não havia nada, neste momento estamos apetrechados de tudo o que é ferramentas ligeiras. Agora estamos a pensar em apostar num Bobcat, que é uma máquina para pequenos trabalhos nas estradas e nas valetas. Uma parte desse dinheiro vai ser investido aí.

Qual a primeira medida a tomar assim que for eleito?
Não digo que seja a primeira, mas há coisas que eu gostava muito de fazer. A implementação do museu da terra, ou seja, o aproveitamento da escola que está encerrada, e como fizemos o contrato de comodato com a Câmara por 30 anos, seria o aproveitamento desse espaço, a chamada Casa da Cultura, um espaço com museu, para lazer, para exposições, conferências e tudo o mais.

Reestruturar todo aquele espaço onde é o estaleiro da Junta, que é ali mesmo no centro da vila, junto ao jardim. Há um projeto em mente que era passar para aí o mercado municipal, transformar o mercado municipal num espaço de apoio à Junta, para recolher os carros e ferramentas e essas coisas todas, e ali passar a ser o mercado, uma zona de lazer e de parque de estacionamento.

Depois, há um outro, mais arrojado ainda, que é, no fim da legalização do Centro de Dia, avançarmos pelo menos já com o projeto, a médio prazo, para começarmos a fazer as instalações do futuro Lar de Vila Chã de Ourique.

Também para começar é o gimnodesportivo, que Vila Chã não tem. Temos o sítio, há um pré-projeto feito já com uma série de anos, vamos tentar reaver esse projeto, e avançar pelo menos com uma base. Tanto essa como a obra do Lar são para ser feitas por fases, mas que no próximo mandato têm de ser mesmo para arrancar. Nada de conclusões, porque a gente sabe que não é em quatro anos que se faz isso tudo.

 

Lista do PS à Assembleia de Freguesia de Vila Chã de Ourique
Candidatos efetivos Vasco Manuel Marques de Sousa Casimiro, 51 anos; Maria Helena Inglês Góis, 60 anos; Miguel António Formigo Paixim, 33 anos; Maria da Conceição Félix Ribeiro Salvador Marques, 58 anos; João Nuno Ribeiro Ferreira, 29 anos; Florbela Maria Vicente Ribeiro, 46 anos; Luís Miguel Marcelino Sério, 48 anos; Cátia Isabel da Silva Costa, 22 anos; Luís Manuel Lopes Seabra, 67 anos

Candidatos suplentes Patrícia Cristina da Costa Fialho, 41 anos; Armando Jorge Silva Cunha, 48 anos; Cecília Maria Maltieiro Patrício, 51 anos; Pedro Pires da Silva, 23 anos; Sandra Cristina Maximiano do Couto, 44 anos; Gonçalo Nuno da Costa Coelho Ramalho, 34 anos; Susana Margarida Ribeiro Canais, 29 anos; André Filipe Monteiro Ramalho Beda, 26 anos; Vanda Maria Carvalho Bernardino, 45 anos; Aníbal Maria Felício, 65 anos; João Pedro Machado Costa, 24 anos; Dora Cristina Rolaça Pereira, 42 anos; Jorge Humberto Ribeiro Leal, 51 anos; Horácio Fernando da Silva Nunes, 53 anos

 

 

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