Sempre gostei das clássicas comédias norte-americanas e, quando era mais novo, tive a sorte de ver em palco “Arsénico e Rendas Velhas”, no ABC, ou “Pouco Barulho”, no Villaret, peças que tenho muita vontade de fazer mas que são tão difíceis que só com grandes meios serão possíveis de levar à cena.
É desta paixão que nasceu a vontade de encenar “You Can’t Take it With You”, de George S. Kaufman e Moss Hart, que ganhou o Prémio Pulitzer em 1937 e depois, com a sua adaptação ao cinema por Frank Capra (que em Portugal recebeu o titulo “Não o Levarás Contigo” e que foi o filme que abriu o Cinema Cinearte, em Santos), foi nomeado para 7 Óscares, ganhando os de Melhor Filme e Melhor Realizador.
Agora estreia no CCC com a tradução “O Dinheiro Não é Tudo na Vida”, e é esta peça, este título, este tema e este estilo teatral que volta a unir este grupo (Área de Serviço) que demonstra, de facto, que o dinheiro não é tudo na vida, e de que precisamos de muito mais que dinheiro para fazer andar o dia a dia desta comédia diária.
Assim que começámos a divulgar o título da peça chegaram logo as mensagens de que “o dinheiro não é tudo na vida mas ajuda muito” e outras semelhantes, a realidade é essa, mas se nos limitarmos a pensar no dinheiro, a vida passará a não ser mais do que um picar o ponto e para isso não contem comigo. Esse é o desafio que estreia a 28 deste mês, no CCC, um palco cheio de palavras e pessoas que demonstram numa peça hilariante e que me encanta desde pequeno que, na realidade, na vida temos de ter tempo para nos “aperceber de que a primavera chegou” e de não precisar de “tomar uma única vez bicarbonato de sódio”, como nos diz o avô da família Sycamore.

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