As taxas de recolha de resíduos sólidos urbanos no concelho do Cartaxo vão aumentar.
A certeza deste aumento foi transmitida aos eleitos pelo presidente do Município, Pedro Ribeiro, na reunião de Câmara de segunda-feira, 18 de fevereiro, a propósito do ponto da Ordem de Trabalhos ‘Projeto de revisão extraordinária intercalar da trajetória tarifária do Contrato de Gestão Delegada outorgado pela Resiurb e pela Ecolezíria e ao procedimento de autorização de despesa e de compromisso plurianual’.
“A Resiurb e a Ecolezíria vão prolongar a sua relação com a Resitejo, sediada no concelho da Chamusca, por 30 anos”, começou por explicar Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, acrescentando que um estudo encomendado por estas entidades para a avaliação dos impactos financeiros “da alteração de preços proposta pela Resitejo, que está devidamente fundamentada na alteração de preços no tratamento mecânico dos resíduos, colocava em causa a sustentabilidade financeira. O estudo de viabilidade económico-financeira teve, por isso, de ser trabalhado em função desses novos preços”.
O autarca aproveitou para revelar alguns dados relativos a 2018. No que diz respeito à deposição de resíduos em aterro, “o Município do Cartaxo gastou mais de 500 mil euros. E com esta alteração de tarifário, e estamos a falar só de depósito em aterro, devemos ir para valores acima dos 600 mil euros”. Além disso, “área dos resíduos custa qualquer coisa dos 865 mil euros, para receitas que não chegam aos 250 mil euros. Significa que esta área dos resíduos urbanos tem um défice, em 2018, a rondar os 615 mil euros”.
O vereador Nuno Nogueira (PSD/NC) quis saber “se se prevê, ou não, refletir esta questão do défice tarifário nas faturas, uma vez que não há aumentos há dez anos, ou se o Município vai continuar a assumir como custo esse défice tarifário”.
Pedro Ribeiro assumiu que “o Município do Cartaxo, como todos os municípios do País, vai ter que reajustar tarifários. Para cima. Já disse isto em reuniões de Câmara, em Assembleia Municipal. Porquê? Há uma diretiva comunitária que proíbe os municípios de subsidiarem os défices tarifários”.
Para já, a permanência neste sistema é uma possibilidade em aberto. Em estudo, e à espera de resposta do secretário de estado, está a possibilidade de o Município aderir à Valorsul.
O ‘Projeto de revisão extraordinária intercalar da trajetória tarifária do Contrato de Gestão Delegada outorgado pela Resiurb e pela Ecolezíria e ao procedimento de autorização de despesa e de compromisso plurianual’ foi aprovado por maioria, com os votos contra dos dois eleitos da oposição.