“Tem-se acordado muito tarde para as questões do Tejo e para que este elemento, que é estruturante para a nossa região, mereça uma atenção maior”. Este foi o lamento inicial de Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, na abertura do seminário “Tejo vivo e vivido”, que decorreu no passado sábado no Centro Cultural do Cartaxo, organizado Protejo, EcoCartaxo e Município do Cartaxo.
Um “seminário para a recuperação do rio Tejo e seus afluentes”, que teve por objetivo refletir sobre o papel e importância da gestão da floresta e das práticas e tecnologias da agricultura na conservação da água.
Realçando que “são muitos, hoje, porventura mais que nunca, os desafios que se colocam, mas hoje temos, porventura, uma opinião pública mais sensível a estas questões”, Pedro Ribeiro considerou que, atentando aos programas eleitorais dos diversos partidos que se apresentaram às últimas legislativas, “acho que nunca houve uma preocupação tão grande, uns, porventura, por ser um tema mais da ‘moda’ e haver algum oportunismo, outros porque também sempre o defenderam, mas independentemente das convicções, acho que é sempre positivo cada uma das forças políticas ter uma agenda verde, para o ambiente”. Pena é que esta atenção suja “nunca pelas melhores razões”, continuou.
Desta forma, Pedro Ribeiro considerou que existem cinco desafios a enfrentar: a poluição, a regularização dos caudais, a navegabilidade, a proteção dos ecossistemas e da biodiversidade e a preservação do património.
As comunicações ficaram a cargo de Selma Pena, que falou sobre “O papel do ordenamento do território” e que defende o território como um todo, respeitando as características de cada local; Paulo Pimenta de Castro, com “A floresta e a agricultura na conservação da água”, que diz que as árvores e os rios são “um casamento perfeito”, já que “se nós tirarmos as árvores aos rios os riscos de cheia aumenta” e “a nossa vida de grande parte do território depende desta relação”; e Jaime Ferreira, que apresentou o tema “Agricultura biológica e recuperação do rio”, que salientou que “esta discussão deveria ser tida em Lisboa, também”.