“Temos a expectativa de no próximo ano já começar a pavimentar”

Nesta primeira entrevista, enquanto presidente da Câmara Municipal, João Heitor, faz o balanço deste primeiro ano à frente dos destinos do Município do Cartaxo e mostra-se positivo e confiante no futuro

“Faço sem dúvida um balanço positivo deste último ano”, estas são palavras de João Heitor, Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo na entrevista que deu ao Jornal de Cá. Falámos sobre o que foi feito durante este primeiro ano de mandato, a revisão orgânica e a situação financeira do Município, as obras que estão a decorrer, as expectativas para o próximo ano e os problemas que ainda faltam resolver como a pavimentação do concelho, a Cartágua, a TOS e o CCC.

João Heitor, explica-nos que encontrou a autarquia “mais do que desarrumada, carente de recursos especialmente humanos” e que tem vindo a trabalhar em prol da resolução deste problema. Contratar pessoal e insistir na formação dos operacionais têm sido os métodos utilizados e admite que em breve precisará de contratar mais gestores uma vez que, atualmente, não existem chefias intermédias, todos os funcionários reportam diretamente aos vereadores ou a ele. Realçou a importância e o valor de cada um dos trabalhadores do Município, mas também dos munícipes para que estes percebam que a sua “ação tem impacto direto neles próprios, nas suas famílias, nos seus amigos, nos seus vizinhos e na sua comunidade”.

Confessa que não fazia ideia de que alguns procedimentos tivessem tantas questões burocráticas por trás, ainda que reconheça essa importância para salvaguardar questões de ética e prevenção da corrupção, mas acredita que, neste primeiro ano de mandato, foram conseguindo simplificar alguns processos. Isto só foi possível devido a um “melhor planeamento, gestão e antecipação da ação” para conseguirem atempadamente responder às necessidades da população.

Esclarece ainda que o Município do Cartaxo “não é ingovernável”, mas que o caminho passa pela “honestidade de pautar a comunicação da autarquia de uma forma verdadeira e séria para não criar falsas expectativas”, ainda que volte a referir que “há que definir as prioridades, pois o tempo é limitado e os recursos são reduzidos”.

Quanto à situação financeira do Município, mencionou que ainda existe a dívida ao fundo de apoio municipal de cerca de cinquenta milhões de euros e que durante este ano já foi paga uma prestação de capital. Explicou de onde surgiu o dinheiro que está em tesouraria, que é um “saldo transitado, bastante generoso”, cerca de oito milhões de euros, para o exercício orçamental deste ano de 2022. Esse dinheiro já está a ser aplicado, por exemplo, nas obras da Escola Secundária, na rua Serpa Pinto e será ainda “utilizado numa série de outros projetos que já deviam ter sido executados” e que por não terem sido, terão orçamentos muito maiores do que se tivessem sido realizados anteriormente. Garantiu que as obras da Escola Secundária e da rua Serpa Pinto estarão concluídas antes do final de 2023 e falou sobre o projeto da Loja do Cidadão que “está ainda em fases procedimentais anteriores”.  Uma das grandes prioridades para João Heitor é a pavimentação do concelho, embora seja um trabalho que “necessite de muita organização prévia devido à seleção e intervenção que cada uma das estradas necessita”. A falta de capacidade técnica para realizar estes trabalhos tem sido uma condicionante, mas “temos a expectativa de no próximo ano já começar a pavimentar”, diz o presidente.

Nesta entrevista, esclarece ainda que a sua relação com a oposição socialista é pautada pelo “respeito, cordialidade” e considera que reúne sempre as condições necessárias para aproveitar as opiniões e o esforço dos seus opositores. Aborda também a falta de formação e interesse político que tem presenciado mesmo não sendo uma questão local, mas sim nacional e mundial, precisa de ser trabalhada.

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Sobre a TOS o autarca admite que têm estado em negociações para “promover uma descida dos valores apresentados nas faturas”, de modo a construir um cenário que não tenha um impacto tão negativo nos consumidores. A Cartágua diz ser um assunto mais complicado de resolver, devido ao processo que está a decorrer atualmente em tribunal, mas espera que “esta questão não se arraste por muito tempo” e mostra total disponibilidade para negociar, pois quer que as coisas se resolvam da melhor forma possível para todos.

“O Centro Cultural não pode estar fechado durante muito mais tempo”, são palavras de João Heitor que reconhece a importância deste espaço, projetando a sua reabertura para o mês de dezembro.

Orgulha-se de todo o trabalho que tem sido desenvolvido por si e pela sua equipa durante este ano que passou e sente que, aos poucos, as pessoas já vão notando e reconhecendo o esforço coletivo que têm feito em prol do concelho, pois muitos destes pequenos trabalhos foram efetuados com recursos próprios e fazem uma grande diferença na vida dos munícipes. Acrescenta ainda novos projetos que estão a ser desenvolvidos como a concretização do novo viaduto sobre a ponte de Santana, a Loja do Cidadão, um ecocentro com mais capacidade na zona industrial, um ecocentro em Pontével e um novo Centro de Saúde.

“Aproveito também para pedir aos nossos munícipes para que eles próprios se protejam e que protejam toda a comunidade orientando bem os seus resíduos, colocando o seu lixo nos sítios apropriados, não deixando os entulhos nas matas ou à beira da estrada”, o autarca apela à população do Cartaxo sobre um assunto que tem marcado cada vez mais a atualidade.

Por fim, realça tudo o que se desenvolveu durante este ano e garante que continuará a “trabalhar de forma empenhada, no reforço da nossa estrutura, na valorização das nossas pessoas e do nosso território porque temos muitas razões para estar otimistas e para sermos positivos em relação à nossa terra”.

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