O Bloco de Esquerda quer uma política de rotas de transportes que sirva as populações.
Assim, apresentou na última Assembleia Municipal, realizada a 28 de junho em Casais Lagartos, uma moção, em que propõe a “criação de uma Comissão Parlamentar de Transportes que emane da Assembleia Municipal, com o fim de acompanhar, debater, estudar, propor e auscultar as necessidades da população sobre este tema da mobilidade concelhia”.
Na moção, o Bloco lembra que o direito à mobilidade é um direito constitucional e que a apresentação de propostas pelos Municípios está a chegar ao final do prazo, e que “ainda nada foi discutido em Assembleia Municipal”.
José Augusto de Jesus, do Juntos Pela Mudança (JPM), salientou que a questão dos transportes preocupa todos, mas salientou que “temos alguma dificuldade em perceber o quadro de competências que esta Assembleia poderá ter na elaboração da política de transportes”.
Jorge Pisca, do MIP, realçou que a questão da mobilidade “é uma situação que nós temos, na freguesia de Pontével, porque não consigo perceber como é que, em 2018, há diferenciação entre populações, onde parte da população da minha freguesia tem direito a transportes de hora a hora para o Cartaxo, e não vai à sede de freguesia porque não tem transporte. Eu acho que o transporte é um direito de todos. Se calhar, temos de tirar um bocadinho de um lado e distribuir por todos”.
Pela CDU, Mário Júlio Reis sublinhou que “o que é facto é que a rede de transportes do concelho não serve as necessidades das populações, e esta é uma situação que se agrava nos períodos de interrupções letivas, e muito”. Por isso, “é urgente que se faça alguma coisa mais para além da inscrição nos manifestos e programas eleitorais relativamente aos transportes dentro do concelho”.
O presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, salientou que, pela pertinência, “esta é uma das melhores propostas que já foi apresentada na Assembleia Municipal”, acrescentando que “não conheço ninguém, nesta Assembleia, que não seja a favor de um reforço nos transportes”.
No entanto, “é muito fácil cair em demagogia” sobre este assunto, adiantando que todas as freguesias têm direito a transporte público e não só Pontével.
O autarca considera que o transporte público deveria ser uma competência da administração central, já que as autarquias não têm dinheiro. “A questão é como é que a gente paga, porque não é por falta de reivindicação”, assegurou. “O que nós temos é, de forma séria, discutir fontes de financiamento”, continuou, realçando que “o transporte público é uma opção política, e se os senhores deputados, em sede de Orçamento, nesta Assembleia Municipal, soberana para decidir as opções orçamentais, disserem que vamos tirar 200 mil euros para arranjar estradas, vamos tirar 150 mil euros para arranjar escolas, vamos tirar dinheiro da rubrica A para reforçar os transportes, é uma opção política desta Assembleia que vota e que pode dizer à Câmara que quer que o TUC, como há no Cartaxo, haja em Pontével, nos Casais Lagartos, em Valada… em todo o concelho”.
A moção foi aprovada com nove abstenções.