Um artista para todos os tempos

Por Afonso Morango

Em 1935, nascia, no Mississípi, uma voz que viria a marcar todo o século XX e que ainda hoje encanta os mais dedicados fãs. No passado dia 16 de agosto, assinalaram-se os quarenta e cinco anos da morte de Elvis Presley e Graceland foi, uma vez mais, assoberbada por centenas de admiradores do cantor que procuram, todos os anos, prestar-lhe homenagem.

Elvis cresceu em Memphis, uma cidade no Estado do Tennessee, onde a população era maioritariamente negra numa época em que o mundo assistia ao maior sistema de segregação nos Estados Unidos. Foi nos pequenos bares da cidade, com o Soul e os Blues, que o pequeno Elvis começou com os seus primeiros passos de dança que tanta loucura provocaram. Toda aquela lingerie atirada para o palanque após o dobrar dos joelhos ao som do irreverente “Hound Dog”. Até em Portugal, durante o Estado Novo e sob as ordens de Salazar, algumas obras de Elvis chegavam para encantar a juventude portuguesa que olhava com espanto para os movimentos denodados do cantor de Hollywood.

Condecorado o “Rei do Rock”, o cantor mais famoso de todos os tempos, aquele cujo maior medo era cair no esquecimento, acabou por marcar para sempre a História. Contemporâneo de Einstein, James Dean, Marylin Monroe, Nasser, Estaline, Eisenhower, Juan Perón, Hemingway e de tantos outros que mudaram o rumo da Humanidade. Nem Billy Joel seria capaz de conseguir compilá-los todos no mesmo álbum. Como o mundo ardeu durante as décadas de 50 e 60. Quão turbulentos foram aqueles anos e, ainda assim, Elvis, numa altura extremamente conturbada para a sociedade norte-americana, moveu milhões de corações e agarrou as luzes da ribalta para nunca mais as deixar escapar.

Por vezes é bom revisitarmos o passado e algumas das atuações mais galantes de Elvis Presley, a celebridade por excelência que inspirou tantos outros que inscreveram os seus nomes de forma indelével nas páginas da História da Música, a Quarta Arte. Foram milhares de aspirantes a imitar o Rei ao longo das décadas, mas realmente rei só há um.

Como John Lennon disse, antes de Elvis, não havia nada e depois dele, o rapaz branco que sonhava levar a sua arte ao mundo inteiro, nunca mais um dia terminou sem uma canção. A sua voz ecoa hoje pelos corredores da História.

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