Um homem para quem não há limite

Luís Rato é um empresário de grande sucesso, gere marcas líderes de mercado

Aos 37 anos, Luís Rato, contra a descrença de muitos, começou um novo projeto do zero e venceu. Hoje, com 46, é um empresário de sucesso, sai em revistas e jornais de referência e relaciona-se ao mais alto nível, nacional e internacionalmente, com as suas marcas a liderarem, atualmente, os mercados internacionais, na área dos veículos de cavalos e de Street Food

 

Luís Rato é o rosto da Verso Move, empresa do Cartaxo que gere marcas líderes no mercado internacional, em carros para transporte de cavalos e street trucks, veículos de venda ambulante de comida. A par da marca Kiosk Street Food, fundou a Associação de Street Food Portugal com o conhecido chef de cozinha Chakal e é ainda co-autor do livro Street Food & Food Trucks. Chegou aqui com muito trabalho (trabalha cerca de 12 a 14 horas por dia, sacrificando alguma vivência no crescimento das suas duas filhas), um grande sentido de responsabilidade, mas também porque acredita nas suas ideias e capacidades, sem esquecer que o sucesso é fruto de uma equipa de trabalho. Lamenta que em Portugal haja falta líderes e não se promova a liderança e o empreendedorismo. Desportista desde cedo, demonstrou ser empreendedor quando, aos 25 anos, abria um ginásio em Santarém, de onde é natural, recebendo, em 2003, o prémio de Jovem Empresário do distrito do Santarém, reconhecendo-se aqui a sua capacidade de criar coisas novas. Em 2009, mudou completamente o rumo da sua vida, desafiando-se a si próprio e começando do zero, aos 37 anos. Hoje, com 46, é um homem realizado, confiante e cheio de sucesso

Como é que surgiu a Verso Move, cujas marcas são líderes de mercados internacionais?
Em 2008 achei por bem deixar todos os outros projetos onde estava, por motivos pessoais, e começar novamente do zero, onde eu não soubesse rigorosamente nada. Este projeto foi iniciado em finais de 2009 e fiz a apresentação do meu primeiro carro de cavalos e do meu primeiro quiosque em 2010. Nesse ano lancei toda a ideia e tudo aquilo que me propunha vir a fazer. O meu primeiro ano não correu bem, teoricamente, para as pessoas que estavam envolvidas – toda a gente achava que era um mau negócio, uma péssima aposta, porque não ia resultar.

Eu continuei com a minha estratégia, com o meu querer, batalhando muito. E hoje somos líderes na área da Street Food, na área dos cavalos, na área das autocaravanas, somos uma empresa extremamente apetecível para o capital de fora.

Estamos espalhados em toda a Europa e no Brasil, com a Street Food, também. África, temos alguma coisa pontual, mas não é um grande mercado para nós.

Estávamos em 2008, num processo de crise em Portugal, e começava a haver, na altura, muitos programas de culinária na televisão.

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Encontrei-me com o Chakal na BTL, faz agora seis anos. E, como tal, havia necessidade de criar algo diferente e não o normal das vendas ambulantes, das rulotes das farturas e das bifanas.

Foi nessa altura que surgiu a ideia da transformação da Piaggio?
Com uma Piaggio consegue-se fazer qualquer coisa de interessante. Então aí chamaram-me louco – como é que se transforma uma mota que é guiada por pessoas, teoricamente, menos aptas? E, realmente, apostei e criei qualquer coisa de diferente e resultou.

Criou uma moda, entretanto?
Criei uma tendência de negócio. O Kiosk Street Food e a Associação de Street Food Portugal foram criados no Cartaxo, todo o movimento Street Food foi criado no Cartaxo.

Não temos qualquer problema de levar o bom nome do Cartaxo. Andamos pela Europa toda e todo o Portugal e acho que o Cartaxo podia-se aproveitar disso.

Numa altura em que a ‘moral’ do Cartaxo está em baixo, acha importante haver um negócio de sucesso cá?
Eu acho que é importante, porque o Cartaxo tem todas as características para poder ser uma terra de sucesso, de empreendedores. Isso é notório.

Temos excelentes empresas, muito bons empresários, se calhar, por metro quadrado, é das terras com melhores pessoas, com empresas com valor… mas as pessoas estão um pouco desunidas. Acho que é um pouco o que acontece aqui.

O Cartaxo não tem muitos restaurantes bons, onde socialmente se possa estar, antigamente tinha uns bares simpáticos, um sítio onde se faz uma parte social, onde se faz uma rede de contactos, onde se trocam ideias. A parte social, no meio empresarial, é muito importante.
Eu trago aqui muitos clientes do estrangeiro. Onde é que os levo? Onde é que os deixo a dormir? Vou para Lisboa ou para Santarém.

Essencialmente nós devemos ser gratos pelas pessoas que nos acolhem. E o Cartaxo acolhe-nos tranquilamente e nós só temos que o valorizar. Isto tem a ver com o fator marca. Eu consegui trazer o Cartaxo como uma boa marca.

 

Temos ali o hotel…
O hotel não tem condições e não oferece preços competitivos. O hostel, para ter uma noção, tem preços completamente fora do normal. Trouxemos um designer de Inglaterra, esteve cá uma semana, tivemos que o pôr num hotel em Santarém, porque era muito mais barato do que aqui. O que é inadmissível. Não se criam condições para se criar empresas, para se visitar.

Lisboa está a 35 minutos e nós, rapidamente, vamos pôr um cliente nosso num hotel em Lisboa.

E porque é que escolheu o Cartaxo?
Porque eu iniciei o projeto numa empresa, no Honório, e ficámos por aqui. Alugámos as instalações ao Pedro, ficámos com as marcas que foram criadas por mim, ficámos com alguns colaboradores e criamos aqui boas sinergias. A empresa estava a passar algumas dificuldades lá em cima e nós ficámos com bastantes empregados. Acho que solucionámos um problema que advinhava daí, que era o desemprego para muita gente.

Foi uma mais valia enorme eu ter pensado este projeto e fazê-lo no Cartaxo. O Cartaxo tem uma gente ótima para trabalhar – não tem em quantidade, mas tem em qualidade.

As pessoas que trabalham aqui são maioritariamente do Cartaxo?
Não são todas, mas são maioritariamente do Cartaxo. O Cartaxo tem gente fantástica. Não tem é muita quantidade, não há formação. Não temos nenhuma escola de formação no Cartaxo. Estamos a admitir gente para trabalhar, precisamos de um diretor-geral e não o encontramos no Cartaxo, por exemplo, com um rendimento salarial fantástico.

Precisamos de gente para a produção e não temos. A situação de falta de emprego, supostamente, não haverá na terra, porque nós estamos à procura de trabalhadores.

Conta com quantos colaboradores?
Com o projeto novo das autocaravanas, das empresas todas, conto com 50 colaboradores.

Há pouco, enquanto nos mostrava as instalações da empresa, dizia-nos que não tem capacidade de produzir mais, deve-se à falta de colaboradores?
Essencialmente por causa disso. Aqui trabalhamos com muita qualidade. Não recorremos a trabalhos de fora, porque a qualidade é aquilo que faz a diferença no nosso negócio. Nós estamos muito próximo do cliente.

A empresa faz todo o acompanhamento dos projetos?
Desde o Street Food aos cavalos. Por exemplo, nós tivemos um problema com um carro de um cliente nosso na Dinamarca, percebemos rapidamente qual era o problema e fomos à Dinamarca resolver o assunto.

Nós, com o sucesso que temos, se reparar, temos muito pouco ruído negativo em relação à nossa postura. Num País que vive de inveja, com o sucesso que nós realmente temos, os êxitos que vamos tendo, o ruído à nossa volta é muito baixo.

A incompetência em Portugal paga-se muito bem. Eu penso que um dia a minha competência será bem paga, nunca será muito bem paga.

Sente-se uma espécie de embaixador do Cartaxo?
Não. Essencialmente nós devemos ser gratos pelas pessoas que nos acolhem. E o Cartaxo acolhe-nos tranquilamente e nós só temos que o valorizar. Isto tem a ver com o fator marca. Eu consegui trazer o Cartaxo como uma boa marca. Quando digo que o Cartaxo está a 35 minutos de Lisboa, não digo que está a norte de Lisboa. O Cartaxo está a 35 minutos do aeroporto. E 35 minutos do centro da Europa não é nada.

Eu vendo o Cartaxo como uma localidade tranquila, com qualidade de vida, no caso dos cavalos, fantástica, que está a 35 minutos do aeroporto. Estamos a 30 minutos das melhores zonas de Lisboa. Se nós conseguirmos vender isto, acho que o Cartaxo tem um potencial enorme para captar investimento para cá. Está num eixo para o Porto, está num eixo para Madrid, está perto da praia… Por isso, estamos aqui num sítio importantíssimo para desenvolver empresas, desenvolver conceitos de empreendedorismo.

Haja empreendedores, haja ideias novas, porque temos as condições?
Haja algum investimento e haja algum querer da gente daqui. Acho que há um papel de todas as pessoas que têm algum poder de influência. Acho que é importante fazer passar uma imagem positiva e não fazer passar sempre as imagens destrutivas, negativas, coisas a que estamos muito habituados. Nunca há nada certo neste País, está sempre tudo mal.

Acha que o Cartaxo tem noção da existência desta empresa e do seu sucesso?
Acho que vai tendo. Nós somos uma empresa aberta à comunidade. É uma realidade. Estamos dispostos a ajudar, não estamos dispostos a injetar dinheiro em associações, não somos mecenas. O dinheiro faz-nos falta para comprar matéria-prima, porque não recorremos à banca, utilizamos somente capitais próprios da empresa, por isso não é uma empresa que esteja exposta a problemas que possam vir de falta de liquidez. Mas estamos sempre abertos à comunidade, sem qualquer problema. Desde que queiram estar connosco nós estamos com as pessoas.

O nosso carro de cavalos está entre os três, quatro melhores carros do mundo. Eu digo que é o melhor carro de cavalos do mundo. E consigo prová-lo, a concorrência ainda não conseguiu dizer o contrário.

Há pouco perguntou-me se me sentia embaixador do Cartaxo; podíamos ser mais, mas o Cartaxo, se calhar, não quer que sejamos embaixadores. Podemos ser, não temos qualquer problema de levar o bom nome do Cartaxo. Andamos pela Europa toda e todo o Portugal e acho que o Cartaxo podia-se aproveitar disso.

Tem clientes no concelho?
Trabalhamos com o Luís Sabino, com a Coudelaria Luís Bastos, são nossos clientes, nossos parceiros nos cavalos.
Na área da Street Food temos uma coisa gira, se calhar é algo que nos faz realmente pensar que somos bons, quando um colaborador nosso diz que quer também ter um food truck e quer comprá-lo na nossa empresa e é ele que o constrói, para ele próprio, e sabe as garantias. Isso é, para nós, um fator de orgulho. Dá-nos a garantia de que aquilo que está a fazer para ele, da mesma forma que faz para os clientes, é bom e dá-nos a garantia de que temos gente muito boa e muito séria a trabalhar connosco. Isto voltou a acontecer com um outro colaborador que se dirigiu à empresa, também, como cliente. É um projeto giro que se lançou agora no Cartaxo.

São dois mercados muito diferentes?
São coisas diferentes. O nosso carro de cavalos está entre os três, quatro melhores carros do mundo. Eu digo que é o melhor carro de cavalos do mundo. E consigo prová-lo, a concorrência ainda não conseguiu dizer o contrário.
São setores diferentes, comunicações diferentes, fatores de mercado diferentes.

Também diferentes a nível de investimento…
O negócio é diferente. É como montar uma joalharia de luxo e montar uma marca de bijuteria. Não deixam de ser anéis. Um leva materiais mais caros, tem de ser, obrigatoriamente, mais caro. Nós temos projetos de cinco mil a projetos de 50, 60 mil euros.

Temos agora um projeto de um Food Truck de 100 mil euros, para uma marca espanhola. E é um projeto oneroso, porque é um carro antigo, de 1950, com um equipamento diferente e um design diferente. É um carro que vai sair caro.

Está sempre pronto a aceitar esses desafios?
Nós queremos ser uma empresa diferente no setor. Nós não temos um projeto igual. Desde que seja um projeto em que a gente acredite, porque nós temos que acreditar no projeto.

Quando vêm ter consigo as pessoas já têm uma ideia do que fazer?
Algumas sim, outras não. Muitas pedem a opinião. E fazemos o acompanhamento do projeto também a nível da comunicação, que é outra coisa que nos distingue de outras empresas da Europa. Nós conhecemos o negócio como ninguém, estamos muito próximos do negócio. O primeiro evento de Street Food em Portugal fui eu que o criei, com o José Borralho da APTECE (Associação Portuguesa de Turismo de Culinária), para os nossos clientes.

Continua a ser o presidente da Associação de Street Food Portugal?
Fui reeleito presidente ontem (13 de março) e o Chakall (chef de cozinha) é o vice-presidente.

Eu vendo o Cartaxo como uma localidade tranquila, com qualidade de vida, no caso dos cavalos, fantástica, que está a 35 minutos do aeroporto. Estamos a 30 minutos das melhores zonas de Lisboa.

 

Tem ideia de quantos carros já transformou?
Carros de cavalos cerca de 500 e de Street Food talvez uns 400, neste tempo todo.

Durante a visita à fábrica referiu que trabalhava com a empresa de Carlos Rebelo. Trabalha com outras empresas do concelho?
Lembrei-me há pouco do Carlos Rebelo, que é nosso fornecedor aqui, porque faz umas peças fantásticas, mas trabalho também com a Green Apple, que é uma empresa muito importante. E devemos trabalhar com outras empresas aqui à volta, mas eu não trabalho na área das compras. Sei do Carlos Rebelo, porque faz um trabalho importante para nós e de muita qualidade.

Para tal tem de contar com bons colaboradores…
Não, temos de ter uma boa equipa. Aqui somos todos uma equipa. Eu não sou o dono da empresa, eu sou a pessoa que pensa isto tudo para os investidores. Eu penso, os investidores pagam. Nós temos um processo de gestão completamente atípico, nesta empresa. Aqui só têm de vir trabalhar connosco e gostar de trabalhar. E aqui é duro trabalhar.
Eu sou a pessoa que pensa e coordena toda a estratégia para grandes grupos, grandes marcas e para investidores. Há muita gente que acredita e, até à data, não se têm dado mal.

E como é que isso se consegue?
Qualquer pessoa tem um dom qualquer, até para não fazer nada. Aquilo que eu sei é conseguir interpretar pessoas e coisas, ver coisas mais adiante e definir uma estratégia muito mais rápida para conseguir determinado tipo de objetivos. Isso faço com alguma velocidade. Não há ninguém que aos 37 anos se meta num projeto, do zero.

Já existia alguma paixão pelos carros?
Zero. Eu quis mesmo começar um projeto do zero, onde não soubesse nada, ver se era capaz ou não.

Foi um desafio que lançou a si próprio?
Foi mesmo, estive um ano que só corri, só fiz desporto. Foi um pouco para me pôr à prova. E agora estou aqui. E agora toda a gente diz que tive sorte. Claro que sim, tive sorte. Chamam sorte a isto, claro que é sorte.

Mas alguém teve que acreditar em si na altura?
Eu. Quem é que acreditou? Desacreditaram, completamente. Tive a Fiat, que me ajudou. Lamento que não tenham acreditado, porque eu faço as coisas para ajudar as pessoas e não em proveito próprio. Podia ter ajudado muitas famílias, muita gente. Podia ter ajudado outras empresas, lamento. Não fico com mais orgulho, nem fico melhor, porque consegui provar que sou melhor que todos.

Sente-se realizado?
Claro que sim. Mas isso eu sabia que ia ser, tinha a certeza absoluta, também, porque eu trabalho mais que ninguém. Devo dormir umas três horas.

Isso é motivação?
É motivação e responsabilidade. Se a minha cabeça deixa de pensar, a empresa passa por momentos turbulentos. Então, há um sentido de responsabilidade.

Aumentou a responsabilidade por isso?
Deixei de ter qualidade de vida. Deixei de treinar, porque o telefone está sempre a tocar. O telefone não para.

Não há bons líderes em Portugal. Nós não trabalhamos com liderança em Portugal.

Como é que acha que os outros empresários olham para si?
Eu costumo dizer que a incompetência, em Portugal, paga-se muito bem. Eu penso que um dia a minha competência será bem paga, nunca será muito bem paga. Mas a competência, em Portugal, irá ser bem paga, seguramente. Por isso, se há bons empresários em Portugal? – não, não há. Não há bons líderes em Portugal. Nós não trabalhamos com liderança em Portugal.

Vou fazer 46 anos e, quando andava na escola, como é que era escolhido o delegado de turma? – era o menino mais bonito ou mais popular. Passados 40 anos, os novos professores não conseguem dizer: – isto não é por voto. Tu tens capacidade de liderança, anda para cá, és tu o líder! É assim que se começa a construir.

A Ribeira Grande, nos Açores, onde já dei algumas palestras, fala de empreendedorismo na 4ª classe. No continente, andamos na escola XPTO, todos bonitinhos, mas eles lá é que vão ser os futuros administradores e os futuros gestores de Portugal. É assim e continuamos assim. No Cartaxo, uma terra pequena, simpática, segura, plana, e há alguma disciplina que os leve de pequenos a visitar empresas? – Não.

Portugal é pouco competitivo?
Estamos a 20 euros de Bruxelas e estamos a 150 euros do Porto, onde é que acha que é mais fácil eu ir? Se nós somos 10 milhões, Espanha tem 50, França tem 70… Veja bem o que podemos crescer nos outros países. Atendendo que hoje estamos a meia hora do aeroporto, temos meia hora para entrar na fila de embarque, passadas duas horas estamos no centro da Europa. Daqui ao Porto são duas horas e meia e eu não posso ser apanhado em excesso de velocidade… Chego ao Porto, tenho de fazer três reuniões e tenho de almoçar quatro vezes… Nós não estamos habituados a fazer negócios com velocidade, estamos habituados a fazer almoços e reuniões. E continuamos a educar para isso, para fazer projetos.
Nós não estamos aqui para isso. Estamos aqui para fazer negócios novos, rápidos. Temos contas para pagar.

Num dia fala com quantas pessoas?
Umas 30 pessoas, talvez. Eu começo o dia às 6h30 da manhã a ver e-mails. Por norma, vou pôr a minha filha mais nova a Santarém, e no caminho vou ao telefone. Quando chego ao Cartaxo vejo o que tenho na agenda: Lisboa, ou aeroporto ou para a fábrica e pronto, e depois é o dia normal, com clientes, investidores, estratégias de negócio, análise para outras pessoas que me pedem opiniões para os seus negócios…

Isuvol
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