Para iniciar o tema deixem-me dizer-lhes que esta relação resulta quase sempre “numa mistura perigosa”.
No que a mim diz respeito, estou de consciência tranquila (como toda a vida estive), na medida em que no dia que me sentei na cadeira com vereador, foi coincidente com o dia em que deixei de ser fornecedor do nosso município.
A minha experiência de vida diz-me que para ser um bom presidente de câmara, tem que se ser obrigatoriamente um bom gestor.
Para ser sucinto e conciso, passo a enumerar algumas comparações entre o que o eu faço como empresário e o que os nossos presidentes de câmara/ políticos têm feito até aos dias de hoje:
1 Empresário Tenta sempre reduzir custos até mesmo no que toca à gestão da sua agenda, ele próprio o faz. Na prática tem que funcionar, senão a empresa ‘morre’.
Político Nomeia uma secretária e um assessor (legalmente) que não conseguem organizar a agenda do mesmo para que possa disponibiliza-lo para ajudar nos problemas das pessoas. Em simultâneo e como não há almoços grátis, nomeia 3 colegas do partido que o ajudam na campanha eleitoral.
2 Empresário Tem que ser obrigatoriamente, o “motor” da sua empresa. Para isso tem que ter um contacto direto com os seus colaboradores, motivando a equipa para que os sacrifícios sejam repartidos, evidenciando sempre que temos que melhorar constantemente a nossa produtividade assim como a nossa relação com os clientes, ou seja, todos têm que “arregaçar as mangas”.
Político Chega ao seu gabinete, onde no percurso é cumprimentado sempre como Sr. Presidente e vai despachar “papelada” que nem sequer lê, mas que tem de levar a sua assinatura. Convive apenas com o seu gabinete e nem tão pouco visita as várias secções do município para se inteirar dos problemas reais, e mais ainda, não se interessa por saber da produtividade de uma secção. Porquê? Porque isso é unicamente responsabilidade da avaliação anual, quando é feita.
3 Empresário Só contrata pessoas quando existe um volume de trabalho que o justifique. No entanto tem sempre em consideração a capacidade profissional, tendo consciência que corre riscos se o volume de negócios baixar.
Político Contrata pessoas, umas capazes, outras nem tanto, não pela sua capacidade de trabalho, mas sim pelas amizades do aparelho partidário. Hoje eu tenho consciência que um grande número de trabalhadores do quadro foram instrumentalizados politicamente.
4 Empresário O rácio faturação/trabalhador é de uma importância vital para a sobrevivência da sua empresa. Os trabalhadores são a peça chave do sucesso da empresa.
Político Esse rácio não existe, contudo vamos tratar de arranjar um. Porque não um rácio de resolução de problemas? Há cinco anos, que eu, me debato com a situação do município, onde temos trabalhadores a mais e a menos. Quero com isto dizer, que existe um défice de pessoal operacional (aqueles que na verdade cuidam da nossa cidade) e gente a mais dentro dos gabinetes do edifício da câmara municipal.
5 Empresário Quando se arrisca a fazer um investimento tem de ser uma espécie de “adivinho”, e caso corra mal, perde-se uma vida inteira de trabalho e ainda será apelidado de vigarista.
Político Faz obras “megalómanas” faz negócios ruinosos para o município, com o objetivo de conseguir receitas antecipadas. Tudo isto porque “temos” que mostrar betão ao povo. Esses dinheiros nunca reverteram para o bem-estar do povo. Nunca é chamado vigarista nem tão pouco condenado por gestão danosa. Com toda esta má gestão praticada, o município acumulou uma dívida no valor aproximado de 60 milhões de euros, que representam cinco vezes o valor da receita que entra nos cofres do mesmo. Isto só é possível, porque um município nunca vai a falência! Pena que o povo hoje seja obrigado a pagar impostos máximos por erros dos outros (políticos).
Muito mais teria para dizer. Mas como última nota gostava de deixar um elogio ao melhor presidente de sempre do nosso município, Dr. Renato Campos (na minha opinião). Contudo uma pergunta final…Tendo ele sido o melhor presidente de todos os tempos como pôde apoiar sempre pessoas que hoje levaram o município à “desgraça”? Não será partidário a mais? Pensem nisso…
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