União de Freguesias de Ereira e Lapa

Opinião de Céu Clemente

Prestes a completar um ano de gestão autárquica nesta nova realidade, o balanço revela-se negativo para as populações envolvidas devido à postura dos eleitos desta União de Freguesias.
Nas primeiras sessões de Assembleia de Freguesia, imperava a desconfiança e a localização da sede, tornou-se primordial, quer para os eleitos, quer para a população presente. Ouviam-se calúnias e injúrias entre todos, perante um misto de passividade e de prepotência da mesa da Assembleia que, até ao momento, não conseguiu conduzir os trabalhos de forma eficaz e isenta, demonstrando um total desconhecimento dos procedimentos legais.  Se é natural que a população se mostrasse desconfiada perante esta nova situação, é inadmissível que os órgãos eleitos, não tivessem uma resposta agregadora e verdadeiramente unificadora. O processo de agregação das duas freguesias obrigava a que os eleitos estivessem preparados para abraçar um projecto comum, apesar de existirem duas realidades distintas. Mas tal não aconteceu!
Quanto ao órgão executivo, se nos primeiros meses demonstrou alguma dinâmica e interesse, vive agora uma instabilidade total. A suspensão do mandato do presidente, foi o culminar de uma situação que revela uma total incapacidade dos eleitos para trabalharem em equipa e com objectivos equivalentes para as duas freguesias.
Numa reunião de executivo aberta ao público, perante uma acusação por parte do público de inactividade e incompetência, dirigida ao presidente em regime de substituição e secretário João Bernardes, este argumenta que não sabe, que não é político mas se encontra disponível para aprender. O que até que seria de louvar, não tivesse decorrido já dez meses de mandato quando proferiu estas palavras. O tesoureiro João Nunes admitiu, nesta mesma reunião, que não se encontra capacitado para dar resposta aos desafios que hoje se impõem aos autarcas eleitos, chegando a afirmar na última Assembleia de Freguesia que “o executivo fugiu”.
Nos últimos anos, na Ereira, inserida nas comemorações do Dia da Freguesia, realizava-se a Festa Ribatejana que, com muito esforço de planeamento, conseguiu elevar o nome da Ereira e consequentemente o concelho do Cartaxo. Este ano, porém, a União de Freguesias não só não se empenhou em seguir esta actividade, como nem sequer se preocupou em promover qualquer iniciativa para a comemoração deste dia, limitando-se a apoiar financeiramente a Sociedade Filarmónica Ereirense, que decidiu realizar as mencionadas comemorações com o apoio do movimento associativo local.
E assim impera o impasse, a inactividade, a inércia, com impactos negativos para uma população necessitada de, acima de tudo, elevar a auto-estima posta em causa aquando da agregação das freguesias. Pergunto a quem de direito: que solução para esta união de freguesias?

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