Quem é a mulher que se candidata a presidente de Junta?
Sou uma mulher com muita vontade, muito dinâmica, gosto de me empenhar e quando estou metida em algo vou até ao limite das minhas forças. Gosto de lutar pelas coisas, até os trabalhos mais difíceis são para mim desafiantes. Adoro desafios e não sou de baixar os braços. Tudo o que eu puder fazer eu faço.
Sou natural da freguesia de Valada, mais precisamente do lugar de Reguengo de Valada, e sou advogada e monitora de formação profissional. Neste momento, estou a residir no Cartaxo. Tenho um filho, sou divorciada.
Tenho família e casa em Valada, dos meus pais e dos meus avós, e Valada é sempre o ponto de contacto. Faço parte da direção do Ribatejano Futebol Clube Valadense, sou associada do Centro de dia. Sempre tive um papel ativo enquanto estive ali residente e mantive sempre essa ligação à casa mesmo depois de casar e de vir residir no Cartaxo. Tenho um escritório no Cartaxo e enquanto formadora presto os meus serviços de formação profissional um bocadinho por todo o país.
O que a motivou a ser candidata?
Eu já venho exercendo as funções da Assembleia de Freguesia de Valada. Agora, estou com este projeto do Movimento Independente Pluralista, que tem sido um processo muito suado, muito sofrido, mas é mesmo esse o desafio. Criámos este movimento independente, porque queremos manter a nossa identidade, a nossa independência, os nossos ideais e queremos estar livres de grilhões e amarras partidárias. O facto de podermos encarar estas candidaturas com total independência, sem estarmos dependentes de ninguém.
Que presidente de Junta quer ser?
Eu pretendo ser uma presidente de junta próxima das pessoas. É necessário nós estarmos perto das pessoas. É necessário nós termos capacidade para escutar. Temos que estar atentos, temos que ser dinâmicos, disponíveis e ser criativos, porque também é preciso criatividade nos tempos que correm. Há muitas coisas que podemos fazer com vontade e com criatividade, sem necessidade de termos de recorrer a muitos recursos económicos, sem necessidade de grandes investimentos. É preciso envolver as pessoas, é preciso motivá-las e cativá-las. E espero sempre o contributo de toda a gente, porque ele é necessário. Gosto de trabalhar em equipa e é necessário trabalhar em equipa.
Que ideia tem da sua freguesia?
Potencialidades tem inúmeras, aliás, neste momento, creio que será a freguesia do concelho que terá maiores potencialidades e que poderá servir de maior motor de desenvolvimento no concelho. Valada tem muito por explorar, porque tem vindo, ao longo destes últimos anos, a perder oportunidades que poderia ter apanhado. Temos o nosso rio por explorar, temos projetos turísticos que ali poderiam ser aplicados e que é sempre muito difícil, muito por causa da dificuldade da construção, e não é só o não poder construir, são as dificuldades na reconstrução e na reafetação a outros fins, que não aqueles aos quais estão destinados os prédios existentes. Como é o caso de vários edifícios que antes eram adegas e armazéns e que podiam ser afetos a projetos turísticos, mas há dificuldade de alteração da afetação devido ao Plano Diretor Municipal (PDM), que está agora em revisão e esperemos que haja o bom senso de libertar aquela freguesia do peso que é o ser considerada uma zona de reserva ecológica por motivo de inundação, até porque a última inundação gravosa que tivemos foi em 1979, em que não havia ainda o controlo das barragens que há hoje em dia, mas também outras coisas que têm de ser feitas, por exemplo, no dique de proteção, no qual tem de haver um trabalho de manutenção. Esta dificuldade do PDM é algo que tem vindo a estrangular e a asfixiar aquela freguesia e tem feito com que ela tenha vindo a definhar.
Na nossa freguesia nós temos 629 pessoas eleitoras. Em termos de área nós temos uma área muito grande; nós somos em termos populacionais a freguesia mais pequena do concelho, mas em termos de área somos a maior freguesia do concelho.
A freguesia da Valada não tem dívidas, ainda tem algum saldo, vai suportando os seus custos… Agora também tenho consciência de que há coisas que poderíamos investir de outra maneira e, lá está, há coisas que nós podemos fazer sem necessidade de recorrer a grandes recursos financeiros, envolvendo a população, encontrando parcerias com empresas e outras entidades.
Nós estamos bastante próximos de Lisboa, estamos próximos de Santarém, estamos próximos do comboio… E as pessoas hoje também têm carro e deslocam-se facilmente para o Reguengo, para Santana e até mesmo para o Setil ou Azambuja, onde podem apanhar o comboio. É preciso criar condições para fixar a população, quer em termos de empregabilidade, quer em termos de habitação e embelezar a freguesia, em termos de reparações e manutenções necessárias… Há ali muito trabalho para fazer.
Qual a primeira medida a tomar assim que for eleita?
Neste momento, o mais urgente são as obras no posto médico, porque temos uma população muito envelhecida e temos de tratar bem dela. Também urgente é a criação de infraestruturas para resolver o problema, na altura mais ávida da época agrícola, do transporte que é feito através das galeras, por dentro das povoações. É uma situação que também urge resolver e é necessário criar infraestruturas para isso. Há opções, é preciso é criar as infraestruturas para que o transporte passe a ser feito de outra forma, porque desta forma até causa danos nas casas, para além do perigo que é para as pessoas. A solução é passarem a fazer esses percurso pelo caminho de meias. No fundo, o circuito seria feito pela zona de terrenos de cultivo e sem necessidade de passarem por dentro da povoação. Tudo muito bem conversado e, eventualmente, com apoio dos agricultores, isso se calhar consegue-se. Numa primeira fase, podiam criar-se umas infraestruturas um bocadinho mais rudimentares para criar depois uma dinâmica para, entretanto, conseguir melhorar essas infraestruturas e esses caminhos. Isso é possível, haja vontade.
Há muitas mais coisas, mas logo uma das primeiras operações era limpar aquelas ervas, aquele mato, no dique, no tapadão, nas valetas, nas bermas das estradas… Uma operação estética.
Equipa do MIP à Assembleia de Freguesia de Valada
Candidatos efetivos Ana Catarina Martins Vieira, 45 anos, advogada; Carla Isabel Esteves Marques Loubet, 47 anos, empregada de escritório; Eugénia Maria Costa da Silva, 47 anos, empresária; Carla Sofia Almeida Mendes, 40 anos, conferente de receção; Pedro Manuel Campino Ferreira, 40 anos, técnico de engenharia e arquitetura; Carlos Jorge Pereira Firmino, 38 anos, trabalhador agrícola; Ana Sofia Madeira Ribeiro, 31 anos, radioterapeuta
Candidatos suplentes Maria Manuela dos Santos Correia Ferreira, 49 anos, empregada; Júlio Manuel da Silva Ferreira, 52 anos, estucador; Cláudia Mariana da Costa Chaves Duarte, 43 anos, operadora de linha; António Jorge Pereira, 50 anos, fiel de armazém; Paulo Jorge Faria Montez, 49 anos, desempregado