Este domingo (19) à tarde assistiu-se a mais uma iniciativa de “Valada de Outros Tempos”, que desde 2012 recorda as tradições e costumes da freguesia, ligados à faina no Tejo e à agricultura, numa organização do Centro de Dia e ATL “O Tejo”.
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A chegada dos barcos de pescadores à margem do rio Tejo, em Valada, inicia aquela que é uma recriação do quotidiano e tradições de outros tempos, destas gentes da beira-rio. A partir daí a história conta-se com dezenas de populares trajados a rigor, que fazem a assistência viajar no tempo em que o rio e a lezíria eram o sustento deste povo.
As mulheres aguardam os homens que trazem o peixe e ali se negoceia o seu preço, assim como se ouvem os lamentos dos pescadores sobre os azares da faina, como as redes destruídas pelos caranguejos e que vão ter de consertar. Mas o rio não dava só o peixe. Era habitual, noutros tempos, as mulheres juntarem-se à beira-rio para lavar a roupa e conviver, falar da vida alheia e provocar as donas da roupa mais enxovalhada.
Nesta recriação o rio serve ainda para dar conta das travessias de toiros que se faziam no rio Tejo, com os animais em manada comandados pelos campinos a cavalo, que os encaminhavam dos pastos da margem sul para a margem norte. Ao aproximarem-se da margem, os campinos gritavam para as mulheres que ali lavavam a roupa: “Fujam! Fujam!”.
Do rio para a lezíria, representa-se então a história da lide do campo, nomeadamente dos milheirais e das vinhas, que davam trabalho aos homens e mulheres da terra, desde a contratação do trabalho até à lavoura, propriamente dita. Pelo meio, surgem pequenos atos que mostram outros os costumes e tradições deste povo, como os encontros dos namorados na fonte, as brasas para os torricados.
Terminada a recriação de outros tempos, juntam-se os atores para a fotografia de grupo, convidando-se todos os presentes na assistência para a sardinhada que, naquele domingo quente, ajudou os mais velhos a recordar e os mais novos a conhecer as vidas passadas à beira Tejo.