Vem aí o sol com força e as vinhas (e não só) também precisam de protetor solar…
Por Hugo Vieira*
As previsões do clima mais recentes dão como extremamente provável uma onda de calor potencialmente maior que 2018, a chegar eventualmente à situação extrema de 2003, tudo isto com temperaturas a rondar entre os 40 e 44ºC aproximadamente (podendo chegar aos 46ºC!!) e duração superior a 7 dias (Fonte: Luso Meteo). Acresce a este cenário o vento no período inicial (dias 6 a 9) de leste, soprando por vezes forte em especial dias 6\7\8, o que para além do risco de incêndio extremamente elevado, favorecerá ainda mais o escaldão das culturas.
Estas previsões deixam um alerta para o agricultor não perder o ano de trabalho nesta altura. Cada vez mais vão existir fenómenos climatéricos extremos e o sucesso do trabalho diário estará em quem se consegue prevenir das perdas que os mesmos poderão causar.
Para além da recomendação da verificação de todo o sistema de rega existente (para quem produza com sistema de rega) antes de iniciarmos este período de calor extremo, segue outro conselho de proteção das nossas culturas ao escaldão. Aplicável à vinha que tem a época de colheita aí quase a chegar, e que por isso poderá estar em altura crítica, mas não só (desde olivais a todo o tipo de pomares).
Hoje vamos falar da aplicação de “Caulino” e o seu papel na proteção das culturas ao escaldão, mas também na proteção fitossanitária.
O que é o caulino e para que serve?
Caulino, Caolino ou Caulim é um minério composto de silicatos hidratados de alumínio, como a caulinita e a haloisita, e apresenta características especiais que permitem a sua utilização na fabricação de papel, cerâmica, tintas, agricultura, etc.
Na prática, e para a utilização que aqui falamos, acaba por ser nada mais que uma argila esbranquiçada que serve como protetor solar para a folha, tal como um protetor solar utilizado nas pessoas. Ao deixar a superfície esbranquiçada, ajuda a refletir o excesso de radiação que traria o escaldão ao fruto e folha.
Para além desta utilização, é também reconhecido em agricultura biológica como trazendo uma barreira física para impedir os insetos de atingir partes vulneráveis dos tecidos, agindo como um repelente para a alimentação e postura de ovos.
Quando aplicar?
Em regra geral, todas as Direções Regionais de Agricultura nos seus boletins de Avisos Agrícolas (exceto algumas como a nossa DRAPLVT que há vários anos que não prestam este serviço ao agricultor) aconselham a aplicação deste produto de origem completamente natural (não passa no fundo de uma “argila”) cada vez que se prevê a aproximação de fenómenos de temperatura extrema. Como referido acima, pode também ser um adjuvante em agricultura biológica para a proteção contra pragas da cultura. Considerando as presentes previsões, é de aconselhar a aplicação tão cedo quanto possível.
Outras sugestões: Caso pretenda saber sobre mais produtos ou práticas culturais, escreva para o e-mail do nosso jornal ou envie mensagem pelo Facebook e tentaremos fazer um artigo sobre a sua questão.
*Hugo Vieira é consultor agroalimentar. Artigo publicado na edição de julho do Jornal de Cá.