Vila Chã rende-se às celebrações da Batalha de Ourique

Fim de semana de celebrações históricas em Vila Chã de Ourique

Foi um fim de semana de celebrações históricas em Vila Chã de Ourique, com as comemorações da Batalha de Ourique a levarem a população ao Largo da Memória, durante dois dias, para viverem os tempos medievais.

Este ano, numa organização conjunta entre a Junta de Freguesia e o Centro Social Ouriquense, o evento decorreu com pompa e circunstância. Em redor da estátua comemorativa da Batalha de Ourique, juntaram-se comerciantes de artesanato e doçaria real, fruta e hortaliça, pão, bifanas, petiscos variados e bebidas, à troca de uma moeda própria (barga) e fazendo uso de um copo de barro. Pelo meio, havia espaço para os diferentes instrumentos de tortura e morte, entre outros utensílios da época, assim como para o terreiro de jogos e para o trono real.

Os festejos iniciaram-se no sábado (21 de julho) à tarde com um desfile, onde largas dezenas de pessoas participaram trajadas com o rigor daqueles tempos, representando gente do povo, da nobreza e do clero. O presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, e o vereador Pedro Nobre participaram ambos no desfile, encabeçando o mesmo e representando, respetivamente, o bispo e um cruzado. Já o presidente da Junta de Freguesia de Vila Chã de Ourique, Vasco Casimiro, envergava as vestes de um monge. Todos estes responsáveis autárquicos relevaram a importância do evento que “mantém viva a tradição”, mostrando-se gratos com a participação das pessoas da terra, nomeadamente, por trazerem os filhos e os netos e assim se verificar a presença e a envolvência de muitas crianças no desfile e ao longo da festa.

“Isto é bonito, com toda esta participação da população”, disse José Mateus, presidente do Centro Social Ouriquense, envergando o traje de um fidalgo da época, que admite que este é um evento que “dá trabalho, mas vale a pena”. E foi entre discursos, resenhas históricas e atividades diversas que os dias da Batalha de Ourique foram retratados: não só com o mercado, mas através de toda a animação em volta das danças medievais, do combate e demonstração de armas, malabarismos, falcoaria e o torneio da pedra (que este ano envolveu mulheres e jovens, que puxaram, não pedras, mas fardos de palha).

 

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No segundo dia das celebrações, que contou com a coroação do rei, o presidente da Junta de Freguesia de Vila Chã de Ourique desafiou a Câmara Municipal do Cartaxo a associar-se em futuras edições. “Senhor presidente da Câmara, deixo-lhe o desafio: vamos agarrar neste momento da nossa história e torná-lo um desígnio concelhio, vamos fazer destas comemorações um evento maior, em que a Câmara também se envolva, como mais uma forma de promover o concelho. Afinal, não são muitas as localidades que se possam gabar de ter sido palco de um acontecimento destes. Vamos potenciar o que temos”, realçou. Até porque esta é “uma data que Vila Chã de Ourique, terra de boa memória, quer, e vai continuar a querer comemorar. Porque foi aqui, não temos dúvidas, que a batalha aconteceu. E esse é um motivo forte para continuar a celebrar”. Um repto a que o presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, respondeu positivamente, garantindo que é intenção do Município associar-se a estas comemorações, tornando-as um marco, não só no concelho mas também na região.

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