O Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo, na Quinta das Pratas, foi o palco escolhido para a apresentação do vinho Lambéria’s, ao final da tarde do passado sábado.
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O vinho, produzido e engarrafado por Paulo e Madalena Lambéria, é produzido na zona do bairro e proveniente de vinhas antigas de uma das famílias mais tradicionais do Cartaxo: os Lambéria.
Uma aventura que surgiu por o patriarca ter decido deixar de produzir, devido à idade. Paulo Lambéria explica que “(o meu pai) vem de uma família de produtores de vinho, já desde os meus bisavós, que já produziam vinho. Ao longo dos anos fomos melhorando, sempre que possível, até chegarmos a esta altura. O meu pai já se encontra com uma certa idade e no princípio do ano passado decidiu abandonar está área. Mediante os investimentos feitos, eu e a minha irmã achámos por bem continuar, uma vez que tínhamos tudo para continuar. Tínhamos as infraestruturas, tínhamos os terrenos, tínhamos as vinhas, tínhamos as máquinas, e ficar tudo ao abandono era um mau presságio. Agarrámos esta situação e andámos com ela para a frente”.
Apesar de terem ‘agarrado’ este negócio, os irmão decidiram que “íamos mudar para outra via, não a via que o meu pai vinha a fazer, que praticamente vendia o vinho todo a granel, e nós, principalmente a minha irmã, que tem uma visão mais longe, optámos por esta situação. Criámos uma marca de vinhos e nós mesmos começámos a vender vinho engarrafado”, continua.
Para já, a produção ainda é pequena, de cerca de 5.000 litros, que já estão praticamente vendidos, mas ainda é possível encomendar pelo email lamberias@gmail.com, já que este vinho não se encontra no circuito de comercialização. “50 por cento já está vendido. Os outros 50 por cento penso que também. Pelas minhas contas, não vai chegar para as encomendas”, adianta Paulo Lambéria. O destino dos restantes 50 por cento será, ao que tudo indica, Angola.
Para o futuro, o objetivo é certificar este vinho, o que não foi feito já porque “a produção não o justifica, porque depois vai encarecê-lo muito. Convém ter uma produção muito maior, porque esse valor vai, depois, ser diluído”, acrescenta.
“Acho que este é o verdadeiro vinho do Cartaxo, não é um vinho ‘cozinhado’. Este vinho é o vinho natural, é o que a uva dá durante o ano, que é depois transformado no lagar, através das fermentações. Depois, é passado para os tanques, e lá é feita a transformação final do açúcar em álcool, e dá este néctar que, para mim, é o ideal”, finaliza Paulo Lambéria.