Património Mundial da UNESCO, é uma das mais importantes abadias cistercienses europeias. Na igreja do mosteiro encontram-se os túmulos onde repousam D.Pedro e D.Inês, que ricamente lavrados contam uma das mais belas e intensas histórias de amor
Segundo a lenda terá sido uma promessa que levou à fundação do Mosteiro de Alcobaça, retratada nos painéis de azulejos da Sala dos Reis, que abre a visita ao grande monumento. A história contada em tons de branco e azul nas paredes relata esse compromisso de D. Afonso Henriques para com São Bernardo, Abade de Claraval em ofertar a “Herdade de Alcobaça”, caso vencesse os mouros na tomada de Santarém.
A construção do monumento, uma das mais poderosas abadias da Ordem de Cister, e actualmente uma das 21 finalistas das 7 Maravilhas de Portugal, iniciou-se em 1178. Internacionalmente reconhecido, o seu valor reside principalmente na arquitectura reveladora, no rigor da sua austeridade e na pureza das formas construtivas do espírito de São Bernardo.
Em tempo de D. Sancho I e de D. Afonso II, os cistercienses de Alcobaça trabalharam na construção da Igreja e do Dormitório, Sala dos Monges, assim como desenvolveram uma política de arroteamento e desenvolvimento das terras que lhes foram doadas. A sua vida baseava-se no coro, na oração, na penitência, na renúncia aos bens materiais e no trabalho manual. Era uma vida de constante comunidade no mais absoluto silêncio, cujo rigor e austeridade transparecem na arquitectura.
O rei D. Dinis mandou construir o Claustro do silêncio ou de D. Dinis, um dos maiores que os cistercienses edificaram. Parece ser da mesma época de construção o Refeitório onde se encontra uma das mais belas peças arquitectónicas de todo o conjunto: o Púlpito do leitor.
Na monumental fachada da igreja harmonizam a robustez românica e a acentuada verticalidade do gótico, com posterior vislumbre barroco. No seu interior impera a austeridade em três naves à mesma altura despidas de adornos, formando um conjunto que impressiona pela simplicidade e grandeza.
Revestida a azulejos, a cozinha é um dos espaços mais surpreendentes pela dimensão da chaminé central e pelo tanque que recebe a água directamente de um braço do rio Alcôa, confirmando a engenharia dos cistercienses em questões hidráulicas.
Na igreja do mosteiro, a maior do País e primeira grande obra do gótico primitivo português, encontram-se os túmulos onde repousam D. Pedro e D. Inês. Duas obras primas de escultura tumular do século XIV, os mais preciosos exemplares da época medieval portuguesa, que ricamente lavradas contam uma das mais belas e intensas histórias de amor. D. Pedro era casado mas morria de amores pela aia da mulher, D. Inês, elevada a rainha mesmo depois de morta.
Durante sete séculos, os monges cistercienses de Alcobaça deixaram uma história grandiosa com a criação de obras de arte. Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, os monges abandonaram o mosteiro, tendo parte do seu valioso recheio desaparecido e outra parte ido para museus. A biblioteca foi desfeita dividindo-se o seu espólio pela Biblioteca Nacional e pela Torre do Tombo.
A Abadia de Alcobaça, reconhecida em 1985 como Património Mundial pela UNESCO, é uma das mais importantes abadias cistercienses europeias, atendendo ao seu estado de conservação e à sua arquitectura, símbolo de Cister.
info
Acesso: A1/A15/A8 e IC2
Horário:
Verão: de Abril
a Setembro, 09h00 – 19h00.
Inverno: de Outubro a Março, 09h00
– 17h00. Encerrado nos feriados
de 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa,
1 de Maio e 25 de Dezembro
Ingresso:
Igreja: gratuito
Conjunto Monástico: Normal: 4,5€
Jovens (15 a 25 anos) e reformados:
2,25€. Portadores do Cartão Jovem:
1,8€. Crianças até aos 14 anos: gratuito.
Domingos e Feriados até às 14h00: gratuito.