A recuperação económica em 2021

Opinião de João Pedro Barroca

O Banco de Portugal anunciou recentemente uma projeção de crescimento de 3,9% para a economia no próximo ano e, neste sentido, o Governo tem se mostrado otimista quanto à recuperação da mesma, em 2021.

Tem sido unânime que a tão desejada recuperação económica estará muito dependente do sucesso do processo de vacinação iniciado recentemente, pois existe uma correlação direta da mesma com a crise sanitária que se instalou. Presentemente, enquanto a recuperação económica ainda é uma incógnita, caberá ao Governo continuar a tentar perservar a capacidade produtiva das empresas portuguesas, de modo a evitar a destruição massiva de emprego.

Neste âmbito, em 2021, estão já previstas algumas medidas que poderão ter um impacto significativo na economia, às quais irei atribuir principal destaque neste artigo de opinião.

Programa Apoiar
Prevê-se que a dotação orçamental deste programa, venha a aumentar para 900 milhões de euros. Também deverá passar a contemplar um apoio financeira a fundo perdido para os empresários em nome individual, sem contabilidade organizada.

A importância do Banco de Fomento
Este será um banco grossista que será um protagonista muito importante do Programa InvestEu, em que a Comissão Europeia atribuirá garantias para se poder financiar um conjunto de projetos estruturantes para a nossa economia. A União Europeia irá atribuir garantias ao Banco de Fomento para que este possa dar garantias ao sistema bancário, fazendo com que a banca comercial aumente a sua capacidade de risco e, passe a financiar projetos que anteriormente não financiava.

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Conversão de dívida bancária em capital
Esta poderá vir a ser uma medida inovadora na economia portuguesa, que consistirá na conversão de dívida bancária em capital. Esta solução permitirá reduzir o endividamento e eventual incumprimento por parte das empresas, aquando o término das moratórias bancárias, em setembro de 2021, permitindo ainda o rebostecimento dos seus balanços com um aumento dos capitais próprios.

O acesso das PME ao mercado de capitais
Pretende-se também conceber um mecanismo que permita, indiretamente, o acesso das PME portuguesas ao mercado de capitais. Esta medida seria muito benéfica para as empresas, pois o endividamento bancário ainda contínua a ser o mecanismo mais comum que as empresas têm à sua disposição quando necessitam de se financiar.

Para além das medidas referidas anteriormente, o próximo ano também ficará marcado pela entrada em vigor do novo Quadro Comunitário que, sem dúvida, será mais uma grande oportunidade para o desenvolvimento da economia portuguesa.

Por último, gostaria de aproveitar esta oportunidade e desejar a todos os habitantes do concelho do Cartaxo um excelente ano 2021, com muita saúde, paz e alegria.

*Artigo publicado na edição de janeiro do Jornal de Cá.

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