ANBP reúne comandantes de bombeiros no Cartaxo

O Cartaxo foi esta quarta-feira, 8 de janeiro, local de encontro de comandantes de bombeiros profissionais portugueses, para mais uma reunião descentralizada pelo país, levada a cabo pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), com o objetivo de reunir contributos para a uniformização de todos os bombeiros sapadores municipais, no âmbito da nova legislação referente ao estatuto do bombeiro profissional.

À porta fechada, no auditório da Quinta das Pratas, cerca de 30 pessoas, em representação de 20 corpos de bombeiros (alguns não puderam comparecer) levaram a cabo mais uma reunião, depois de duas já realizadas em Lisboa e no Porto, com a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) no sentido de corrigir algumas “situações menos satisfatórias” do estatuto do bombeiro profissional, entre as quais a aposentação, depois de o novo diploma aumentar a idade da reforma dos operacionais.

“Esta reunião vem numa sequência de reuniões e tem uma ordem de trabalhos que tem a ver com a uniformização de todos os bombeiros sapadores municipais, na sequência da uniformização do novo diploma”, declara Fernando Curto, presidente da ANBP, ao Jornal de Cá. “Estamos aqui a criar a forma para depois apresentar à Secretaria de Estado do MAI a constituição e a forma das equipas, porque tínhamos uns bombeiros sapadores constituídos em batalhão, regimentos e companhias e temos os corpos de bombeiros municipais, os quais nós também queremos que façam parte dessa designação, enquanto companhias”, explica. Para além destas, há outras situações, que envolvem também as câmaras municipais, “que têm a ver com os contingentes, a falta de pessoal, os postos, as carreiras, os financiamentos…”, lembra Fernando Curto, adiantando que esta reunião no Cartaxo “foi só mais uma discussão que nós viemos fazer aqui. A próxima [reunião] será com os autarcas [em Santarém, dia 19]. Como as câmaras e os bombeiros estão envolvidos nunca é demais chegar a um documento que tenha o maior parecer de todas as entidades”.

Fernando Curto revela que “já apresentamos o nosso “caderno de reivindicações” [aposentações, carreiras, situações remuneratórias, uniformização da carreira] ao ministro e à secretária de Estado”, sendo o passo seguinte a apresentação das propostas de uniformização dos bombeiros sapadores, “numa reunião técnica com a secretária de Estado no sentido de podermos complementar a questão”.

Também presente nesta reunião na Quinta das Pratas esteve o vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro, representando o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, cuja escola forma bombeiros profissionais, sendo utilizada por cerca de 20 municípios para valorizar os seus bombeiros. Relativamente a estes encontros da ANBP, o autarca de Lisboa considera que “face àquilo que é o novo estatuto o que nos importa, em termos de municípios, é procurar dotar os municípios que têm bombeiros municipais e encontrar uma base comum que seja igual em todo o território nacional” e destaca o trabalho que vem sendo feito, em conjunto, “com esta rede de municípios portugueses que têm bombeiros profissionais, para que haja uma articulação e uma estruturação daquilo que é o bombeiro profissional”. Tudo, “ segurança do nosso país”.

Em representação do município do Cartaxo, o vice-presidente, Fernando Amorim, começa por frisar que “a segurança está em primeira linha sempre”, referindo-se com orgulho aos nossos bombeiros que “estão bem equipados e com uma estrutura bem organizada”. Contudo, lembra que

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“o nosso corpo de bombeiros custa-nos à volta de um 1,2 milhões e com esta nova reestruturação vamos ter um encargo financeiro de cerca de 160 mil euros, por ano, com os vencimentos. Temos 38 bombeiros precisamos de 50, para o rácio em termos de população residente no Cartaxo, e tudo isto está a causar um encargo financeiro muito grande ao município…”. Mas diz-se “confiante” com o desenrolar destas reuniões de trabalho. E para concluir, desabafa: “não há assim tantas corporações de bombeiros municipais no país [são 26], como há de bombeiros voluntários… acho que o orçamento de Estado devia ter ali uma franjazinha para os bombeiros municipais”.

No final, também o comandante dos Bombeiros Municipais do Cartaxo se mostrava satisfeito com os resultados de mais uma reunião. “A reunião foi muito produtiva”, revela-nos David Lobato, “bastante confiante”, porque, diz, “vejo isto como nunca tinha visto nos últimos dez anos”. Na opinião de David Lobato, os bombeiros municipais “são vistos como os parentes mais pobres”, esperando que, daqui para a frente, as coisas melhorem com todo este trabalho, “que tem de ser feito por nós, pelos comandantes, e pelos políticos”, conclui.

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