Praça de Touros do Cartaxo assinala 150 anos

A Praça de Touros do Cartaxo foi inaugurada há 150 anos, no dia 23 de agosto de 1874, num aparatoso espetáculo tauromáquico. 13 touros "de raça apurada”, o afamado cavaleiro Manoel Mourisca Júnior e seis bandarilheiros “galhardamente trajados” e oito “destemidos homens de forcado”, abrilhantam o programa que está no Museu do Ateneu, e há um livro, na Biblioteca Municipal do Cartaxo, que descreve esse domingo de verão como um grande acontecimento na terra e a construção da Praça como uma história de “abnegação e patriotismo” dos cartaxenses.

A inauguração da Praça foi há 150 anos, num domingo de verão. A primeira Corrida de Touros foi um grande acontecimento na terra e a Praça teve lotação esgotada. “A corrida foi boa e agradou, saíram todos satisfeitos” e, apesar da “acumulação de tantos milhares de pessoas, dentro e fora da praça, não houve uma desordem, nem um desgosto, antes, depois e durante a festa”, conta Brito Aranha, nos seus “Esboços e Recordações”, publicados em 1875.

Brito Aranha, veio ao Cartaxo à inauguração da Praça de Touros e ficou “agradavelmente surpreendido pela bondade e patriotismo dos seus habitantes”, conta que vieram centenas de pessoas de Lisboa, nesse domingo, a companhia de comboios estabeleceu um comboio especial até Santana. A Praça teve lotação esgotada e entre os quase seis mil lugares disponíveis estava “a fina flor da sociedade cartaxense” e o aspeto da Praça, “com a multidão de mulheres trajando cores variadas e garridas, igualmente deslumbrava”.

A primeira Corrida de Touros, na Praça do Cartaxo, aconteceu no dia 23 de agosto de 1874 e tudo decorreu “segundo as tradições mais genuínas dos bons tempos da tauromaquia”. No programa anunciavam-se 13 touros “de raça apurada, apartados cuidadosamente das excelentes manadas” do abastado lavrador, João Inácio da Costa, que entraram na arena para o confronto com afamado cavaleiro, Manoel Mourisca Júnior, seis bandarilheiros, Roberto da Fonseca, Manuel Cadete, Francisco Vaz (o Caixinha), Miguel Faria, José Luíz e António Augusto, “galhardamente trajados”, e oito “destemidos homens de forcado”, pode ler-se num exemplar do cartaz inaugural que está no museu do Ateneu Artístico Cartaxense.

Inspirada na Praça de Touros de Badajoz, com uma arena de 96 metros de diâmetro, “tem importantes obras de cantaria e alvenaria e o curro é talvez o melhor dividido dos que existem nas praças portuguesas”, considera Brito Aranha. Com trincheiras para 5 500 espetadores mais 44 camarotes para 400 espetadores, a sua edificação foi um grande motivo de orgulho para os cartaxenses amantes da tauromaquia. Foi construída em apenas 12 semanas e custou 7 contos de réis angariados por subscrição pública, por iniciativa do abastado proprietário Artur Peres de Vilhena Barbosa.

Foi há 150 anos.

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