Troca de insinuações e acusações entre PS e PSD na última Assembleia Municipal do Ano
O Orçamento Municipal que irá vigorar em 2025 foi aprovado, em Assembleia Municipal, com os votos a favor da bancada do PSD, dois votos a favor da bancada do PS, com a abstenção do Chega, da CDU, do BE e da restante bancada socialista. A última sessão ordinária do ano realizou-se, esta quinta-feira, 19 de dezembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Ricardo Magalhães e João Pedro Oliveira, protagonizaram o momento mais acalorado da última Assembleia Municipal do ano, esta quinta-feira, 19 de dezembro, com o presidente do PS Cartaxo e deputado municipal, a insinuar que o Orçamento Municipal, foi “redigido” pelo adjunto do presidente da Câmara Municipal e a acusar o, também, presidente da Junta da União de Freguesias Cartaxo e Vale da Pinta, de aproveitamento político “só com tamanha influência e incompatibilidade é possível justificar que se invista com fundos próprios na cidade do Cartaxo 25 vezes mais que a média de investimento em cada uma das restantes freguesias”, atira Ricardo Magalhães durante a sua declaração de voto, minutos depois da aprovação do Orçamento Municipal.
“É profundamente lamentável que hajam aqui insinuações grosseiras de que houve aqui um aproveitamento”, responde João Pedro Oliveira depois de ver o dedo a apontar na sua direção e diz que é “cobarde que se faça isso numa declaração de voto porque sabemos muito bem que, a seguir às declarações de voto, não existe a possibilidade de haver contraditório”, e acrescenta, “é um atentado à minha honra e, portanto, eu sinto uma obrigação de responder porque houve aqui mentira, houve aqui calúnia e acho que este tipo de acusação é grave e vai muito para além daquilo que é discussão política, das nossas ideias, das estratégias e do caminho que queremos para o Cartaxo e para a nossa população”.
“Já não é a primeira vez que o deputado Ricardo Magalhães faz isto relativamente à minha pessoa e a última vez que o fez foi numa reunião que eu nem sequer aqui estive presente para me defender”, justifica João Pedro Oliveira e, desta vez “eu não podia deixar de escapar para defender aqui a minha honra perante esta Assembleia, perante as pessoas que estão lá fora e perante todos aqueles também que eu represento naquilo que é o meu trabalho enquanto Presidente de Junta e naquilo que tem sido também o meu trabalho aqui na Câmara Municipal do Cartaxo em que tenho procurado com o meu brio e com o meu desempenho profissional percebendo muito bem quais são as minhas funções e também as minhas incompatibilidades, fazê-lo com a minha melhor forma de trabalhar dentro daquilo que é o melhor que posso, com o sacrifício que posso, acho profundamente lamentável que se faça este tipo de ataques”, conclui entre aplausos da bancada social democrata.
“O Orçamento Municipal, é da minha inteira responsabilidade. Tudo o que ali está é aprovado por mim, e não é aprovado por mais ninguém”, afirma João Heitor em resposta a Ricardo Magalhães, o presidente da Câmara aproveitou ainda para elogiar os vereadores do Partido Socialista, “que fizeram uma análise muito séria deste documento e tiveram uma atitude muito correta e honesta nesta avaliação”.
Em causa está o Orçamento Municipal que irá vigorar em 2025, o documento foi levado à deliberação na última sessão ordinária da Assembleia Municipal do Cartaxo, depois de aprovado na Câmara Municipal com os votos a favor dos vereadores do PSD e com a abstenção do PS.
Margarida Abade, elogiou o documento, considera que as rubricas estão “muito bem definidas e percebemos exatamente quais são as obras e o que se pretende”. Segundo a vereadora socialista, “trata-se de um documento previsional e dinâmico, mas que permite conhecer e orientar os munícipes para as principais obras a realizar no concelho. É com agrado que verificamos o esforço feito para o aproveitamento dos financiamentos, quer do PRR, quer do PT 2030”, e acrescenta, “neste Orçamento são apresentadas obras, equilíbrio orçamental e, como o presidente disse e também verificámos, é o maior orçamento dos últimos anos”.
No final da votação, Ricardo Magalhães quis fazer uma declaração de voto para criticar o conteúdo e as opções políticas deste Orçamento, e “destacar a falta de estratégia e visão de longo prazo e a desigualdade de investimentos entre freguesias”. Jorge Cesteiro, em substituição de José Belo, presidente da Junta de Freguesia de Vale da Pedra, e Vanda Ferreira, em substituição de Joana Fabiano, presidente da Junta de Freguesia de Valada, ambos do PS, votaram a favor do Orçamento Municipal do executivo PSD para 2025.
O Orçamento Municipal que irá vigorar em 2025, de mais de 44 milhões de euros, o maior dos últimos anos, prevê o arranque de três grandes obras já no primeiro trimestre de 2025, o Centro de Saúde, a Loja do Cidadão e a requalificação da Escola Básica 2,3 D. Sancho I, em Pontével, com financiamento comunitário de 15 milhões de euros.
Foi aprovado, em Assembleia Municipal, com os votos a favor da bancada do PSD e dois votos a favor da bancada do PS, e com a abstenção do Chega, da CDU, do BE e da restante bancada socialista, uma abstenção que “não representa de qualquer maneira uma validação às opções políticas nele estabelecidas, nem muito menos um voto de confiança à forma e aos resultados da governação deste executivo”, destaca Ricardo Magalhães.