Um estudo do Conselho de Finanças Públicas (CFP) sobre as contas da administração local em 2019, divulgado em 14 de maio, classificando os municípios conforme o grau de endividamento, continua a apontar o Município do Cartaxo como de alto risco, à beira da rutura financeira, a par dos municípios de Fornos de Algodres e Vila Real de Santo António.
Existem, no entanto, indicadores positivos relativos à situação financeira do Município, consideram presidente e vice-presidente.
Em nota de imprensa, o presidente, Pedro Ribeiro, lamenta que “o Cartaxo seja notícia pelas piores razões”, mas lembra que a “a situação financeira e económica do Município hoje é melhor do que aquela que encontrámos em outubro de 2013 e é fruto de um grande esforço e espírito de sacrifício”.
Já Fernando Amorim, vice-presidente e responsável pelo pelouro de gestão e finanças, considera que “os resultados financeiros já obtidos têm importantes repercussões, não apenas no equilíbrio financeiro do Município, mas também na vida de todos os munícipes”.
A nota de imprensa destaca como melhorias, nas contas de 2019, a diminuição do prazo médio de pagamentos em oito dias. “No final de 2019, o Município do Cartaxo demorou, em média, 23 dias a pagar aos seus fornecedores, quando em 2018 demorava 31 dias”. Segundo o Município, no “final do ano de 2013, este indicador correspondia a 373 dias, uma diferença de 350 dias que tem um grande impacto na gestão financeira dos fornecedores”.
Outro indicador positivo é que o Município do Cartaxo encerrou o ano de 2019 sem pagamentos em atraso. “Em 2018 o valor deste indicador foi de 147.204€, tendo chegado aos 21,9 milhões de euros entre dezembro de 2013 e dezembro de 2018”, destaca a nota de imprensa.
As contas a pagar diminuíram em 248.294€, sendo que “em 2019 o montante das contas a pagar era de 118.765€ e em período homólogo o valor atingia os 367.059€”.
Também o endividamento municipal reduziu 1.873.735€, “sendo que o rácio de endividamento passou de 4,08 em 31 de dezembro de 2018 para o valor de 3,85 em 2019”, acrescenta a Câmara Municipal.
Segundo a ficha da DGAL, “o grau de execução da receita orçamental foi de 88,27 por cento, um valor acima do imposto na Lei das Finanças Locais, de 85 por cento”.
O Município informa, ainda, que o investimento (Despesa de Capital) “aumentou 73,7 por cento comparativamente ao período homólogo de 2018”.
Estes são indicadores que, nas palavras do presidente, “mostram que o caminho que iniciámos em 2013 já obteve resultados concretos, mas que temos de continuar a trabalhar no mesmo sentido. Nessa altura deparámo-nos com uma situação de emergência, com salários em risco, com fornecimentos de serviços como a energia elétrica em risco, com fornecedores com pagamentos em atraso há muitos anos”.
A solução encontrada para inverter esta situação, “com rigor e verdade na construção dos orçamentos, só pode mostrar resultados a médio e longo prazo, e esses resultados concretos também estão expressos nas contas de 2019”, lembra o vice-presidente. Resultados que, para os autarcas, “reforçam a confiança de que estamos no caminho certo e a esperança de que o Município do Cartaxo ultrapassará as dificuldades financeiras – dificuldades que fazem manchetes de tempos a tempos mas que estão diariamente no centro das nossas preocupações e do nosso trabalho”.