Carta aberta aos meus companheiros de infância

Por Ricardo Magalhães

O início deste mês marca o meu 27º aniversário, mas a minha crónica deste mês é dedicada a todos os meus companheiros de jornada. Principalmente aqueles com quem venho invariavelmente perdendo contacto ao longo dos anos.

A minha infância e adolescência foram extraordinárias; partilhadas com companheiros também eles extraordinários. As marcas especiais e as memórias positivas dessas vivências serão para sempre uma das partes mais incríveis de quem sou.

Agora adultos, buscamos concretizar aquilo que foi crescendo dentro de nós ao longo desses anos. Assim, como uma peça de barro que ali fora criada. E que temos vindo, desde aí, a esculpir por nossas mãos.

É esse o barro de que fazemos parte. Vocês do meu e eu do vosso. E é por isso que fico tão feliz, quando vos vejo acrescentar às vossas vidas bem aventuradas façanhas que sempre desejei ver-vos alcançar.

Pois bem, eis que chegados a este momento especial (dessa fúria de viver), de alegria por tudo aquilo que já construímos e de esperança pelo que ainda está por vir, olho para trás. E vejo-nos afastados daquela partilha diária à qual o tempo (a seu tempo) pôs um fim. E é por isso que vos escrevo. Pois quero dizer-vos: não interessa onde estejamos nós mais as nossas peças de barro. Lembremo-nos sempre, que carregando-as a elas, carregamo-nos também a todos nós. E que por isso, estaremos sempre presentes. Vocês na minha e eu nas vossas. Nessa substância original transformada (mas nunca apagada) pela matéria do tempo.

Por tudo isso, contem comigo. Contem comigo sempre. Como parte das vossas vidas. Para apoiar-vos, mesmo que inaudivelmente. Para ajudar-vos, pois estarei sempre presente. Presente e grato. Por tudo o que me permitiram ser e por tudo o que pudemos viver.

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Obrigado e um até já. Vemo-nos já ali, que o nosso futuro será o verdadeiro presente! Pois como se diz na internet: “dear 90’s kids, you’re not kids anymore”. E eu acrescento: but there’s such a brighter road ahead, that’s for sure.

 

Um abraço,

Ricardo

Isuvol
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